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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Interpretar é entender o que está escrito no texto. Para falar em interpretação textual é fundamental
saber o que é texto. A palavra texto é originada do latim textum e significa tecido, ou seja, um texto
é um tecido de ideias, por isso, um texto escrito não é apenas uma enumeração de frases e de
orações, mas um conjunto de informações conectadas entre si que estabelecem a coesão e a
coerência textual.
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS
Muitos candidatos se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos.
Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e
implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas.
Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler
nas entrelinhas.
A partir de elementos presentes no texto, é possível ao leitor recuperar as informações implícitas,
para que possa, efetivamente, chegar à produção de sentido. Por isso, o leitor precisa estabelecer
relações dos mais diversos tipos do texto e o contexto, de forma a interpretar adequadamente o
enunciado.

Veja este exemplo:
- Carlos começou a estudar neste mês para concursos públicos.
A informação explícita é “Carlos começou a estudar neste mês para concursos públicos.” Entretanto,
há uma informação implícita: “Carlos não estava estudando para concursos antes”.

Agora, veja este outro exemplo:
- Felizmente, Carlos começou a estudar neste mês para concursos públicos.
A informação explícita é “Carlos começou a estudar neste mês para concursos públicos.” Entretanto, o advérbio “Felizmente” indica que há uma interpretação positiva sobre o fato de Carlos iniciar seus estudos para concursos públicos. Essa é a informação implícita!

Percebe-se, pois, que podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma inferência
significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Em provas de concursos públicos, fazer
inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos
enunciados.
PRESSUPOSTOS TEXTUAIS
Há de se considerar, também, os pressupostos textuais. Uma informação é considerada pressuposta
quando um enunciado depende dela para fazer sentido.
Veja este exemplo:
Quando Carlos retomará os estudos para concursos públicos?
Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Carlos estava estudando, mas suspendeu sua
preparação, ao menos temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Carlos se encontre
em ritmo constante de estudos, o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido.
Repare que as informações pressupostas estão marcadas mediante palavras e expressões presentes
no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado “Carlos ainda não
voltou a estudar”, a palavra “ainda” indica que a volta de Carlos aos estudos é dada como certa pelo
falante.
INFORMAÇÕES SUBENTENDIDAS
Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são marcadas no
próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como insinuações.
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não
quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do
receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores.
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo,
parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos.
Veja este exemplo:

Carlos busca o caminho da aprovação!

Uma simples e curta frase declarativa, interpretada adequadamente, desencadeia uma série de
relações entre ela e o leitor, a partir de uma informação explícita de que Carlos busca uma forma de
ser aprovado. Estabelecidas essas relações, o leitor encontra outros sentidos além do que foi
explicitado.

A primeira dessas relações, que se estabelece entre texto e contexto, leva à compreensão de que,
para ser aprovado, é preciso ter uma estratégia de estudos, sentido oculto em “caminho da
aprovação”.
A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido o: ele
permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que só ele
conduzirá à aprovação.
A terceira, ainda no âmbito da linguagem, está centrada no significado de busca. Quem busca é
porque perdeu ou porque nunca teve.
CONDIÇÕES DE TEXTUALIDADE
Para que uma sequência de enunciados seja reconhecida como texto, é preciso que ela forme um
todo significativo, nas circunstancias de uso em que os enunciados ocorrem. É sobre as condições
de textualidade, ou seja, aquelas que permitem que você avalie a qualidade do que lê e do que
escreve.
A primeira dessas condições é alcançada com a coerência, isto é, o fator responsável pela unidade
de sentido; a segunda é a coesão, que permite a harmoniosa articulação entre os diferentes
constituintes do texto.
A coerência ou conectividade conceitual é a interdependência semântica entre os elementos
constituintes de um texto, isto é, a relação entre as partes desse texto e que resulta em unidade de
sentido. A coerência decorre da continuidade do sentido, do compromisso entre as partes que
formam a macroestrutura (estrutura semântica global do texto) e está ligada à compreensão,
possibilidade de Interpretação do que dizemos, escrevemos, ouvimos ou lemos.
Para que a coerência se realize, há três propriedades fundamentais – continuidade ou repetição, não
contradição e progressão.
A coesão pode ser entendida como o modo pelo qual frases ou partes delas se combinam para
assegurar o desenvolvimento textual, ou seja, é o modo como as palavras estão ligadas entre si,
dentro de uma sequência, a fim de criar uma relação semântica entre um elemento do texto e outro
elemento que é fundamental para sua interpretação.
A coesão – isto é, a articulação – será eficaz quando estabelecer não apenas a ligação de uma ideia
a outra, mas também que tipo de relação específica se institui a partir desse recurso. A coesão é
marcada linguisticamente quando, para isso, empregamos nomes, conjunções, pronomes relativos,
preposições, advérbios, locuções adverbiais, elementos de transição adequados.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Refere-se fundamentalmente ao tipo de texto e à sua estrutura e apresentação. As classificações
mais cobradas em concurso são: a narração, a descrição e a dissertação.
1. Narração - Modalidade em que um narrador conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal
predominante é o passado. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance,
novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição – Texto no qual se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou
um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função
caracterizadora. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Tem predominância em gêneros
como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação – Texto por meio do qual se desenvolve, explica-se, discorre-se sobre determinado
assunto. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
Importante fazer a distinção entre tipo e gênero textuais. O tipo textual é o conjunto de
características de um texto, onde os principais são os listados acima. Por sua vez, o gênero textual
seria uma espécie do tipo textual. Por exemplo, um texto narrativo (tipo) pode ser uma crônica, um
romance, um depoimento etc. (gêneros).
TIPOS DE DISCURSOS
Discurso Direto – o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do
personagem. O objetivo é transmitir autenticidade, afastando o leitor da responsabilidade pelo que
é dito. Tem como principais características:
-  Utilização de verbos como falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, entre outros;
-  Utilização dos sinais de pontuação – travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas;
-  Inserção do discurso no meio do texto;
Exemplos:

João me perguntou: – Carlos, você irá à aula?
Carlos foi enfático: João, não adianta insistir, porque não sairei hoje.
A aluna afirmou: “Preciso estudar muito para a prova.”

Discurso Indireto – o narrador da história interfere na fala do personagem, proferindo suas palavras.
Aqui, não encontramos as palavras do personagem. Tem como principais características:
-  O discurso é narrado em 3ª pessoa;

Algumas vezes, são utilizados verbos de elocução, tais como, falar, responder, perguntar,
indagar, declarar, exclamar. Porém, não há utilização do travessão, pois, geralmente, as
orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações. Por esse motivo, é comum
o uso de conjunções.

Discurso Indireto Livre - consiste na mescla dos discursos. Simultaneamente à fala do narrador,
também se faz presente a fala do personagem. O discurso indireto livre mantém a expressividade
do discurso direto, contudo, simultaneamente, conserva as transposições de pronomes, verbos e
advérbios típicos do discurso indireto. Tem como principais características:
-  Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da fala do personagem, como
verbos de elocução, sinais de pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos direto
e indireto.
-  Conforme o desenvolvimento da narração, as falas dos personagens surgem
espontaneamente na 1ª pessoa do discurso do narrador, que se encontra na 3ª pessoa.
-  O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e pensamentos do
personagem.
Carlos recebeu a notícia de que passou no concurso. Maravilha, consegui
realizar meu sonho!
REESCRITA DE FRASES
Paráfrase é a reescrita de frases, a qual ocorre quando há mudança da forma de um texto, sem que
ocorra a alteração de seu significado.
Dessa forma, para que o texto construído por meio da paráfrase seja considerado correto, é
necessário o respeito tanto à correção redacional (aspectos gramaticais) quanto ao sentido do texto
originalmente apresentado (aspectos semânticos).
Assim, para resolver uma questão que envolve reescrita de trechos de um texto, é preciso averiguar
os aspectos gramaticais (pontuação, elementos coesivos, ortografia, emprego de pronomes,
concordância, colocação pronominal, regência, etc.) e os aspectos semânticos (significação de
palavras, alteração de sentido, etc.).


A substituição de palavras ou trechos de texto ocorre no processo de reescrita. Porém, é
imprescindível averiguar se tal substituição não altera o significado e o sentido do texto original.
Diversos recursos podem ser utilizados para parafrasear um texto. Vejamos, a seguir, os mais
recorrentes.
PALAVRAS E LOCUÇÕES
É possível observar que, em alguns casos, uma única palavra pode substituir uma locução, sem que
haja alteração de significado ou incorreção gramatical.
Exemplo:
Ana tinha escolhido o concurso que queria prestar quando conheceu José.
Ana escolhera o concurso que queria prestar quando conheceu José.
Observe que, em ambas as formas, há um fato ocorrido antes (tinha escolhido/escolhera) do fato já
consumado (conheceu José).
Nesse exemplo, portanto, utilizando o pretérito mais-que-perfeito, substituímos uma expressão por
uma palavra.
Os professores estão buscando a melhor maneira de transmitir conhecimento
aos alunos.
Os professores buscam a melhor maneira de transmitir conhecimento aos
alunos.
Ambas as frases têm sentido atemporal, ou seja, expressam ações perenes, que não têm fim. A
expressão “estão buscando” é substituída pela palavra “buscam”.
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
A fim de verificar a significação das palavras, é importante revisar os sinônimos, antônimos,
polissemia, homônimos e parônimos
SINÔNIMOS
Os sinônimos são palavras que possuem escrita diferente e significação idêntica ou semelhante.
belo – bonito
antítese – oposição
chefia – comando
semelhante - análogo
investigar – pesquisar
cara – rosto
automóvel – carro
jogar – arremessar
pegar - apanhar
plácida – serena
carrasco - algoz
caro - oneroso
É muito importante destacar a importância de compreender o significado contextual para verificar
se a substituição possui validade.

Veja o seguinte exemplo:
Meu time não vai jogar amanhã. (Nesse caso, jogar não é sinônimo de arremessar.)
ANTÔNIMOS
Os antônimos são palavras que possuem sentidos diametralmente opostos.
belo – feio
antítese – tese
chefe - subordinado
semelhante - diferente
cara - barata
jogar - apanhar
fraco - forte
triste - feliz
sabedoria- ignorância
inteligência - burrice
quente - frio
saboroso - detestável
USO DE TERMOS ANAFÓRICOS
Usar termos anafóricos significa fazer remissão a um ou mais termos já mencionados no texto.
O aluno e o professor adquirem conhecimento. O aluno o adquire estudando. O
professor o adquire lecionando.
O aluno e o professor adquirem conhecimento. Aquele o adquire estudando;
este, lecionando.
POLISSEMIA
A polissemia ocorre quando o vocábulo tem mais de um significado, o qual só pode ser
compreendido quando analisamos o contexto no qual fora empregado, ou seja, a polissemia ocorre
quando o mesmo vocábulo apresenta diferentes significados, dependendo da situação em que for
utilizado.
A existência de significados diversos pode depender da afinidade etimológica da palavra, do seu uso
metafórico e do contexto no qual é apresentada. Em tal contexto a palavra será monossêmica, ou
seja, terá um único significado.
Exemplos:
O curso foi muito caro para você não fazer os exercícios. (caro= oneroso)
Meu caro, estude e conhecerá a vitória. (caro= prezado)
A carteira estava cheia de dinheiro. (carteira= objeto pessoal para guardar dinheiro e
documentos)
Sentei na última carteira no dia da prova. (carteira= móvel que composto por uma
cadeira e pequena mesa, utilizado em sala de aula)
Finalmente recebi minha carteira da Ordem dos Advogados. (carteira=
documento)
Preciso diversificar minha carteira de investimentos. (carteira= grupo de ativos de
um investidor)
O banco de sangue precisa de sua doação. (local onde se conserva material orgânico)
Sentado naquele banco, concluiu que poderia doar sangue. (banco= tamborete)
De lá, avistava o banco no rio. (banco= ilhota de aluvião no meio de um rio)
Tudo isso ocorreu depois que saí do banco e vi que dinheiro não compra saúde.
(banco= estabelecimento financeiro)
Banco minhas contas, mas de nada adianta o dinheiro sem a solidariedade.
(banco= sustento, pago)
HOMÔNIMOS
Os homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia (e em alguns casos, a mesma grafia),
todavia possuem diferentes significados.
Observe a tabela a seguir apresentada:


Exemplos:
Viva São Miguel! (são= santo)
Eles são muito religiosos. (são = verbo ser)
A procissão acabou e ele chegou ao destino são e salvo. (são= com saúde)
Ele era uma pedra. (pedra= forte)
Não deixe que as pedras no seu caminho o derrote. (pedras= problemas)
Estou com uma pedra no rim direito. (pedra= cálculo renal)
Pare de atirar pedras nos carros! (pedra= rocha)
Adoro comer manga verde com sal. (manga= fruta)
Gosto daquela blusa com uma só manga. (manga= parte da vestimenta que cobre
parcialmente o corpo)


Exemplos:
Mandei o carro para o conserto. (conserto= reparo)
O concerto é inédito no Brasil. (concerto= espetá**** musical)
Tenho algumas habilidades domésticas: sei cozer, mas na hora de coser peço
ajuda à minha mãe. (cozer= cozinhar; coser= costurar)
Decidi ser candidato quando trabalhei pela primeira vez em uma seção
eleitoral. (seção= repartição)
Depois da cessão de meus bens, restou apenas o meu salário. (cessão= doação)
Não perco uma sessão da Câmara, desde que fui eleito. (sessão= reunião)


Exemplos:
Gosto de comer brigadeiro de colher. (colher= utensílio de cozinha)
Você só irá colher aquilo que plantar. (colher= verbo)
O começo da dieta foi o período mais difícil. (começo= início)
Mas quando começo uma coisa, não desisto até atingir meus objetivos.
(começo= verbo)
polissemia X homonímia
É comum a confusão entre polissemia e homonímia. A polissemia ocorre
quando a mesma palavra possui diversos significados.
A homonímia ocorre quando há duas ou mais palavras com origens e
significados distintos, porém com a mesma grafia e som.
Como vimos nos exemplos: em "manga" há homonímia. Não se trata de
polissemia, pois os diversos significados da palavra manga têm origens
diferentes; em "carteira" há polissemia. Letra pode significar o elemento
básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia de um
determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão
interligados porque remetem para o mesmo conceito, o da escrita.
PARÔNIMOS
Os parônimos são as palavras que possuem diferentes significados, porém com grafia e som
parecidos.
O prazo foi dilatado depois que a fraude do aluno foi delatada. (dilatado=
ampliado; delatado= denunciado)
O dirigente foi muito diligente ao receber a encomenda do cliente. (dirigente=
quem gere; diligente= eficiente; aplicado)
As pessoas que são a favor de descriminar o uso da maconha se sentem
discriminadas no Brasil. (descriminar= descriminalizar; discriminadas= segregadas)
Depois que o problema no casamento emergiu, ele não mais imergiu no lago
aos fins de semana. (emergiu= surgiu; imergiu= mergulhou)
O aumento do índice pluvial naquela semana impediu a utilização do
transporte fluvial. (pluvial= de chuvas; fluvial= de rio)
É notório o aumento do tráfico de drogas no período em que o tráfego aéreo é
mais intenso. (tráfico= comércio clandestino; tráfego= trânsito)

A polissemia e a ambiguidade são muito relevantes para a interpretação
de um texto!
Isso porque determinado período ou trecho de um texto pode ser
ambíguo, possuindo mais de uma interpretação.
Tal ambiguidade pode ser marcada, por exemplo, pela colocação
específica de uma palavra em uma frase.
Ex.: Biscoitos frescos vendem mais. (Os biscoitos vendem mais
porque são frescos ou são frescos porque vendem mais?)
De maneira análoga, quando ocorre a polissemia, o leitor pode ser
induzido a fazer mais do que uma interpretação. Por isso, saber o
contexto no qual a oração foi proferida é fundamental para interpretá-la
corretamente.
DEMAIS RECURSOS PARA RETEXTUALIZAÇÃO
Vimos, até agora, vários recursos que podem ser utilizados com o intuito de parafrasear um texto.
Retextualizar é produzir um novo texto partindo de um ou de mais de um textos-base. Dependendo
da finalidade da transformação proposta, o nível de linguagem pode ser alterado pela
retextualização (linguagem informal e formal).
TROCA DE TERMO NOMINAL POR VERBAL, E VICE-VERSA
É necessário que todos visualizem as mensagens de texto enviadas pelo chefe.
(termo verbal)
É necessária a visualização das mensagens do chefe. (termo nominal)
É proibida a entrada com animais na drogaria. (termo nominal)
É proibido entrar com animais na drogaria. (termo verbal)
VOZES VERBAIS
A voz ativa ocorre quando o sujeito é o agente.
A voz passiva ocorre quando o sujeito é paciente, ou seja, é o receptor da ação do verbo.
Eu fiz aquele bolo que você achou delicioso. (voz ativa)
Aquele bolo delicioso foi feito por mim. (voz passiva)
Caso o sujeito seja indeterminado (verbo na 3ª pessoa do plural sem o sujeito expresso na frase),
haverá duas alterações possíveis.
Roubaram uma motocicleta. (voz ativa)
Uma motocicleta foi roubada. (voz passiva analítica)
Roubou-se uma motocicleta. (voz passiva sintética)
TRANSFORMAÇÃO DA VOZ ATIVA PARA A VOZ PASSIVA
A voz passiva é dividida em voz passiva analítica ou voz passiva sintética.
Nota-se que apenas os verbos transitivos diretos, que possuem como complemento verbal objetos
diretos, podem expressar a voz passiva.
Na voz passiva analítica, temos:
Verbo auxiliar (geralmente o verbo ser + particípio do verbo principal).

O professor rasgou o livro. (voz ativa)
O livro foi rasgado pelo professor. (voz passiva)
Ele faz aquele bolo gostoso. (voz ativa)
Aquele bolo gostoso é feito por ele. (voz passiva)
Ela usará todos os recursos para desenvolver a pesquisa. (voz ativa)
Todos os recursos serão utilizados por ela para desenvolver a pesquisa (voz
passiva)

Nota-se que a variação de tempo é determinada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável.

Ele não faz as questões mais complexas. (voz ativa)
As questões mais complexas não são feitas por ele. (voz passiva)
Verbo auxiliar Particípio
Ele não fez as questões mais complexas. (voz ativa)
As questões mais complexas não foram feitas por ele. (voz passiva)
Verbo auxiliar Particípio
Ele não fará as questões mais complexas. (voz ativa)
As questões mais complexas não serão feitas por ele. (voz passiva)
Verbo auxiliar Particípio
Na voz passiva sintética: o verbo aparece na 3ª pessoa, seguido da partícula apassivadora “se”.
Estipulou-se um horário para a entrega da prova.
Descobre-se a sabedoria de um homem pelos livros que ele lê.
ORAÇÃO REDUZIDA E ORAÇÃO DESENVOLVIDA
As orações subordinadas podem ser reduzidas ou desenvolvidas.
De fato, não há mudança de sentido quando ocorre a substituição de uma pela outra.



DUPLA REGÊNCIA
Há verbos que exigem a presença da preposição, enquanto outros não a exigem. Atenção ao fato
de que a regência pode influenciar no significado de um verbo.




Como vimos no exemplo anterior, há alguns verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
têm o sentido alterado.
OMISSÃO DE TERMOS FACILMENTE SUBENTENDIDOS (ELIPSE).
A elipse é a omissão de termo subtendido em oração.
Eles queriam que o edital fosse publicado logo.
Queriam que o edital fosse publicado logo.
Elipse do sujeito (eles)
TROCA DE DISCURSO
Vamos ver agora, por meio de exemplos, a troca de discurso direto para o discurso indireto.

DISCURSO DIRETO
Vou estudar bem o conteúdo desta aula. (sujeito na 1ª pessoa)
Não estudei o suficiente na aula passada. (pretérito perfeito)
Sou o candidato mais bem preparado para o concurso. (presente)
Prepare uma festa para comemorar! (modo imperativo)

DISCURSO INDIRETO
Ele disse que vai estudar bem o conteúdo desta aula. (sujeito na 3ª pessoa)
Ele disse que não tinha estudado o suficiente na aula passada. (pretérito mais que perfeito)
Ele disse que era o candidato mais bem preparado para o concurso. (pretérito imperfeito)
Pediu que preparassem uma festa para comemorar. (modo subjuntivo)
TROCA DE LOCUÇÕES POR PALAVRAS E VICE-VERSA:
Ela tem um rosto de anjo.
Ela tem um rosto angelical.
As crianças da cidade não conhecem os animais da fazenda.
As crianças urbanas não conhecem os animais rurais.
Importante destacar que, na reescrita de um trecho do texto ou de uma oração, diversos recursos
podem ser utilizados ao mesmo tempo. Além dos recursos aqui abordados, há outros menos
recorrentes ou que podem surgir no cotidiano.
Em questões de prova, LEIA com muita atenção o trecho e suas possíveis paráfrases.
Caso haja alteração de sentido, a reescritura não pode ser considerada uma paráfrase.
Por isso, TENHA EM MENTE QUE:
1) A mudança de posição dos termos ou expressões pode alterar totalmente o sentido de um texto.
Encontrei certos professores que gostam de videoaulas.
(certos = pronome indefinido que significa “uns”)
Encontrei professores certos que gostam de videoaulas.
(certos = adjetivo que significa “decididos”).

Não Confunda!! Tenha muita atenção com a pontuação na reescrita de orações. A alteração de pontuação pode
mudar o sentido.
O aluno inteligente chegou meia hora antes do início da prova.
(inteligente= adjunto adnominal que indica característica restritiva do sujeito “aluno”, ou seja, é um
adjetivo que expressa característica inerente ao sujeito)
EXPRESSÕES QUE CAUSAM DÚVIDAS
ACERCA DE/ A CERCA DE/ CERCA DE/ HÁ CERCA DE
Acerca de é locução prepositiva equivalente a sobre, a respeito de:
-  Já tenho informações acerca da taxa de juros;
-  A discussão acerca da legalidade da posse do ministro será no âmbito do
Supremo Tribunal Federal.
A cerca de indica distância ou tempo futuro aproximado:
-  Os manifestantes estão a cerca de dois quilômetros deste quarteirão;
-  O ciclista desistiu da prova a cerca de dez quilômetros da linha de chegada;
-  De hoje a cerca de um mês, estudarei com contumácia para concursos
públicos.
Cerca de corresponde a próximo de, perto de, quase, aproximadamente:
-  Cerca de cinco mil manifestantes protestaram contra o governo;
-  A instituição financeira teve cerca de cinquenta fraudes comprovadas no
exercício anterior.
Há cerca de corresponde a faz aproximadamente (tempo decorrido):
-  Há cerca de três anos, a lei foi promulgada;
-  Há cerca de seis meses, o Banco Central mantém a taxa de juros alta;

ADVÉRBIOS TERMINADOS EM “MENTE”
Quando há mais de um advérbio terminado em mente na oração, usa-se o sufixo apenas no último,
ficando os demais na forma original do adjetivo ou no feminino, quando houver:
-  O auditor agiu ilegal, fraudulenta e injustamente;
-  O diretor da instituição respondeu as indagações dos inspetores calma,
tranquila e prudentemente.
Quando se quer dar ênfase às circunstâncias, costuma-se omitir a conjunção e pôr o sufixo em todos
os advérbios:
-  O auditor agiu fraudulentamente, injustamente, ilegalmente.

A FIM DE / A FIM DE QUE / AFIM
A locução prepositiva a fim de e a locução conjuntiva a fim de que são usadas para indicar propósito,
intenção, finalidade:
-  O agente fiscalizador aplicou a penalidade a fim de suspender as práticas
ilícitas na instituição financeira;
-  Solicitei a documentação a fim de embasar o parecer;
-  Poupamos durante a vida a fim de que possamos dar maior conforto aos
nossos filhos.
O adjetivo afim é usado para significar parecido, semelhante ou para exprimir relação de parentesco:
-  Durante a preparação para concursos públicos, estudamos diversas
disciplinas afins;
-  A cultura brasileira não tem nada afim com a do povo japonês;
-  Os parentes afins também foram lembrados em seu discurso de aniversário.

AFORA / A FORA
Afora pode significar “para o lado de fora”, “além de”, “exceto”, “em frente”:
-  Os deputado fugiu porta afora com a mala de dinheiro (para o lado de
fora);
-  O diretor abordou diversos temas, afora instituições não bancárias
(além de);
-  No dia da posse dos diretores, compareceram todas as chefias, afora
(exceto, à exceção de) a presidência;
 Continuarei estudando pela vida afora (em frente).
A fora é expressão somente usada em oposição a dentro:
-  Os policiais revistaram a empresa de dentro a fora.

A MAIOR / A MENOR
A expressão a maior significa em excesso, a mais, além do devido:
-  As multas pagas a maior pela instituição financeira serão restituídas;
-  Apresentaram-se documentos a maior do que fora solicitado pelos
auditores.

A menor significa a menos, em quantidade inferior:
-  Preparou slides a menor do que lhe fora solicitado para a reunião;
-  Os impostos foram cobrados a menor pelo fiscal de tributos.

À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE
A locução conjuntiva à medida que, de caráter proporcional, é usada com o sentido de à proporção
que, conforme (verbo indicativo):
-  À medida que a taxa de juros subia, a inflação era controlada;
-  À medida que o Banco Central aumenta a fiscalização, o Sistema
Financeiro Nacional torna-se mais estável.
A locução na medida em que pode ser usada com valor condicional, causal e proporcional:
-  Só é possível utilizar a inteligência na medida em que ela exista
(condicional);
-  Aprender línguas estrangeiras é útil na medida em que possamos
praticá-las constantemente (condicional);
-  Na medida em que não houve tempo para que finalizássemos o trabalho,
vamos solicitar a prorrogação do prazo (causal);
-  Na medida em que há leis, não se pode agir com arbitrariedade (causal);
-  Na medida em que os alunos estudam, os resultados aparecem
gradativamente (proporcional).

ANTE / ANTI
Ante como preposição nunca vem acompanhado da preposição a (jamais ante à, ante ao):
-  Ficou nervoso ante a chefia;
-  Não disse toda a verdade ante o juiz.
Ante como prefixo significa anterioridade, e anti, ação contrária. Ligam-se por hífen somente a
palavras iniciadas por h ou pelas vogais e e i respectivamente. Se antecederem palavras iniciadas por
r ou s, essas consoantes são dobradas:
Ante-histórico, anti-horário, ante-estreia, anti-ibérico, anterrosto, antirroubo, antessocrático,
antissemita, anteprojeto, antidemocrático.

ANTES DE / ANTES QUE
A locução prepositiva antes de (tempo anterior) precede palavras ou orações reduzidas:
-  Antes da palestra, os bombeiros vistoriaram o auditório;
-  Antes de sair, apague as luzes da sala de reunião;
-  Antes de contratar os novos funcionários, os gerentes fizeram
prolongada entrevista;
-  Antes de assinar o cheque, verificou-se se o cliente era bom pagador.

A locução conjuntiva antes que (antevisão, prioridade no tempo) é usada para encabeçar orações
desenvolvidas com o verbo no subjuntivo:
-  Antes que os presos se confrontem, é melhor separá-los;
-  Chame a polícia antes que o banco seja assaltado.

AO ANO / POR ANO
Quando em referência a taxas de juros, deve-se usar a expressão ao ano, bem como outras similares
(ao dia, ao mês):
-  Paguei juros de 9% ao ano no financiamento do meu apartamento;
-  Pagarei juros de 3,5% ao mês no empréstimo bancário.
Nos demais casos, usam-se por ano, por mês, por dia:
-  Os analistas do Banco Central faziam inspeções quatro vezes por ano;
-  Teremos quatro aulas por mês;
-  A ginástica laboral será, no mínimo, uma vez por dia.

AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A
Ao encontro de significa em procura de, na direção de ou indica situação favorável:
-  A mãe foi ao encontro da filha;
-  Suas ideias de gestão vieram ao encontro das minhas.
De encontro a significa contra, em oposição a:
-  O aumento da taxa de juros foi de encontro ao anseio da sociedade;
-  As propostas do governo vão de encontro ao desejo dos cidadãos.

AO INVÉS DE / EM VEZ DE
Usa-se ao invés de para indicar ideias antônimas (contrárias); significa, pois, ao contrário de:
-  Ao invés de fazer sol, como disse a previsão do tempo, choveu;
-  Ao invés de entrar na agência bancária, saiu;
-  Ao invés de emagrecer, engordou.
Em vez de significa em lugar de:
-  Em vez de chamar a atenção do funcionário, o gerente preferiu ajudálo;
-  Em vez de ir à reunião, a supervisora teve de cuidar do filho.
Em vez de também pode significar ao contrário de, ao inverso de:
-  Em vez de ficar feliz, demonstrou tons de tristeza;
-  Em vez de acelerar, freou.
Se estiver em dúvida com relação a qual expressão usar, use sempre em vez de.

AONDE / ONDE
Usa-se aonde com verbos que expressam movimento. Tem o valor de a que lugar, para que lugar:
-  Aonde iremos chegar com essa crise econômica?
-  Os policiais não sabem aonde foram os bandidos.
Emprega-se onde para indicar lugar fixo. Tem o valor de em que lugar:
-  Onde encontro os dados bancários?
-  Sei exatamente onde deixei os documentos.

AO NÍVEL DE / EM NÍVEL DE / EM NÍVEL
A expressão ao nível de deve ser utilizada quando significar à altura de:
-  Sua declaração o colocou ao nível dos ignorantes;
-  Salvador localiza-se ao nível do mar.
As expressões em nível / em nível de significam na instância, na esfera, no âmbito, no grau de e são
empregadas quando se sabe que há diferentes níveis de uma escala:
-  Em nível administrativo (na instância), o servidor poderá sofrer
punições;
-  Em nível estadual (no âmbito), não há leis que disciplinem essa matéria;
-  O futuro da taxa de juros será discutido em nível de (no âmbito)
diretoria;
-  Os novos concursados prestarão serviços em nível de (em grau de)
excelência.

AO TEMPO QUE
Trata-se de uma locução conjuntiva temporal que significa na mesma ocasião que, quando:
-  Agradeço o atencioso convite, ao tempo que lhe envio cumprimentos;
-  Aguardo o recebimento do ofício, ao tempo que começarei a redigir a
resposta.

A PAR DE / AO PAR (DE)
A par de significa ao lado um do outro, ciente:
-  A par dessa resolução, o regimento interno da instituição bancária
também prevê as responsabilidades dos diretores;
-  O gerente está a par do problema?
Ao par (de) é utilizada para indicar equivalência cambial:
-  Houve apreciação deixando o real ao par do dólar;
-  Elevou a moeda deixando o câmbio ao par.

A PARTIR DE
Essa locução significa a começar de e só deve ser usada quando se referir ao início de uma ação
progressiva:
-  Ela iniciará as apresentações a partir de janeiro;
-  O prazo para impetração do recurso começará a partir de segunda-feira;
-  A lei vigorará a partir de amanhã (certo, pois a lei vigorará a partir
de amanhã por um prazo que se estenderá no tempo).
É inadmissível o uso da expressão em construções como estas:
-  A lei entrará em vigor a partir de amanhã (errado, pois a lei entra em vigor
em um único dia);
-  O curso terá início a partir da próxima semana (errado, pois o início ocorrerá
em um dado momento, e não de forma contínua).

A PRINCÍPIO / EM PRINCÍPIO
A princípio significa na fase inicial, inicialmente:
-  A princípio, faremos uma análise dos controles internos;
-  A princípio, é necessário conferir o caixa da instituição.
Em princípio significa de maneira geral, antes de qualquer consideração, em tese:
-  Em princípio, não encontramos irregularidades na instituição
financeira em análise;
-  Em princípio, não podemos aplicar multa sem comprovar a
irregularidade.

AQUELE DE / AQUELES DE
Aquele de exige o verbo no singular:
-  Aquele de nós que saiu primeiro não estava se sentindo bem;
-  Aquele de vocês que solicitou participação no curso será dispensado do
trabalho;
-  Aquele dentre os escriturários que não atingir a meta fará hora extra.
Aqueles de exige que o verbo concorde com a palavra que o persegue:
-  Aqueles de nós que trabalhamos no feriado teremos dias de folga;
-  Aqueles dentre os novos empregados que se destacarem serão
promovidos.
Entretanto, há uma tendência moderna de deixar o verbo sempre na terceira
pessoa do plural:
-  Aqueles de nós que foram trabalhar serão recompensados;
-  Aqueles de vós que estudaram passarão no próximo concurso.

A TEMPO / HÁ TEMPO
A tempo significa no momento oportuno, dentro do prazo, em boa hora:
-  Chegamos ao jogo do Brasil a tempo de ouvir o hino nacional;
-  Aplicamos o dinheiro a tempo de conseguirmos bons rendimentos.
Há tempo indica tempo decorrido e pode ser substituído por faz tempo:
-  Esta agência bancária possui o mesmo gerente há tempo;
-  O Banco não contrata novos escriturários há tempo.

ATRAVÉS DE
Essa locução deve ser usada para significar de um lado para outro, ao longo de:
Um feixe de luz passou através da fechadura da porta;
-  A bala perdida passou através da janela;
-  Através dos anos, ele adquiriu muita experiência no trabalho;
Deve-se evitar, pois, seu uso com o sentido de por intermédio de, por meio de, mediante:
-  Conseguimos as informações através do site (inadequado);
-  Obtivemos proteção através da equipe de segurança (inadequado).

BASTANTE
Como advérbio, bastante acompanha verbos, advérbios e adjetivos. Nesses casos, é invariável e
significa muito, satisfatoriamente, de maneira acima da média:
-  Estudamos bastante para o concurso e fomos aprovados;
-  Na prova discursiva, deve-se escrever bastante bem para conseguir
uma boa pontuação;
-  Para defender sua opinião, a pessoa ficou bastante irritada.
Como adjetivo, bastante acompanha substantivo e é variável. Significa suficiente, satisfatório,
numeroso, abundante:
-  Separamos informações bastantes para fazermos o trabalho;
-  Assistimos a aulas bastantes para esclarecer o assunto.
Como pronome indefinido, também acompanha o substantivo e é variável. Significa muito:
-  A supervisora dedica bastantes horas ao trabalho;
-  Ele comeu bastantes docinhos na festa de aniversário.

BEM COMO
A concordância do verbo com o sujeito composto ligado por bem como pode ser feita de duas
formas:
i. No singular, quando se quer destacar o primeiro elemento:
-  O presidente, bem como os ministros, emitiu parecer favorável;
-  O diretor, bem como os funcionários, assistiu ao vídeo educativo.
ii. No plural, retiram-se as vírgulas para atribuir a mesma importância aos dois
elementos:
-  O presidente bem como os ministros emitiram parecer favorável;
-  O diretor bem como os funcionários assistiram ao vídeo educativo.
TRATA-SE DE
A dúvida aqui é se a construção admite plural. Não confunda a voz passiva pronominal com o sujeito
indeterminado pela partícula “se”.
-  Encaminham-se provas com gabarito. (certo)
-  As provas com gabarito são encaminhadas. (certo)
Por sua vez:
-  Trata-se de provas com gabarito. (certo. Não admite variação)
-  Tratam-se de provas com gabarito. (errado)

A DISTÂNCIA
Atenção! Você deve utilizar “à distância” quando a distância estiver determinada. Caso não esteja,
esqueça a crase e utilize “a distância”. Simples assim!
Exemplos:
-  Moro à distância de 100 metros da escola. (certo)
-  Já eu, estudo a distancia. E a distancia, tudo é mais difícil. (certo)
PARALELISMO
Paralelismo é a simetria da frase. É uma sequência de expressões com uma estrutura paralela, ou
seja, simétrica. O paralelismo é algo muito importante em uma boa dissertação e ocorre quando há
um encadeamento harmonioso e lógico entre as diferentes partes da oração e do texto. É um erro
muitas vezes cometido por distração do aluno e, por isso, pedimos que prestem muita atenção para
não cometer novamente os erros por falta de paralelismo.
Cuidado! Para que você consiga construir um texto com paralelismo, é
necessário prestar atenção se há correspondência e semelhança entre
duas palavras, ideias, termos que possam ser comparadas entre si.
Os dois principais tipos de paralelismo são os encontrados,
principalmente, em estruturas sintáticas e semânticas.
Não obstante sejam os principais, alguns autores identificam, também, o paralelismo morfológico e
o paralelismo rítmico.
PARALELISMO SINTÁTICO
O paralelismo sintático ocorre quando há simetria entre as estruturas sintáticas presentes numa
frase. Também é chamado de paralelismo gramatical.
Exemplo:
Gostei de toda a programação da viagem no panfleto e da loja. (errado)
Gostei de toda a programação da viagem no panfleto e na loja. (certo)
Exemplo:
O regime jurídico administrativo é composto por uma série de
prerrogativas e sujeições. Entre as suas prerrogativas, encontram-se os
poderes administrativos, a exemplo do regulamentar, hierárquico e de
polícia. O poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar
o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público.
Possui como atributos: a discricionariedade, autoexecutoriedade e
coercibilidade.
Há duas quebras de paralelismo sintático apenas nesse parágrafo. Conseguiram identificá-las?

Em termos sucessivos, se houver preposição ou artigo no primeiro, devem-se utilizá-los, também,
nos demais.
O regime jurídico administrativo é composto por uma série de
prerrogativas e sujeições. Entre as suas prerrogativas, encontram-se os
poderes administrativos, a exemplo do regulamentar, do hierárquico e
de polícia. O poder de polícia é a atividade do Estado consistente em
limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse
público. Possui como atributos: a discricionariedade, a
autoexecutoriedade e a coercibilidade.
Destacamos, em vermelho, o que acrescentamos para manter o paralelismo sintático das
construções.
PARALELISMO SEMÂNTICO
O paralelismo semântico ocorre quando há simetria entre as ideias presentes numa frase.
Exemplos:
Gosto de Paris, de Roma, de Londres e de sapatos. (errado)
Gosto de Paris, de Roma, de Londres e de Santiago. (certo)
PARALELISMO MORFOLÓGICO
Ocorre paralelismo morfológico quando há um uso harmonioso de palavras da mesma classe
gramatical.
Exemplos:
Proibido crianças e fumar. (errado)
Proibido crianças. Proibido fumar. (certo)
Proibido entrar com crianças e fumar. (certo)
PARALELISMO RÍTMICO
O paralelismo rítmico acontece quando há um ritmo constante e harmonioso de palavras da mesma
classe gramatical.
Exemplos:
Tinha uma criança no balanço, um cachorro na grama e uma velha. (errado)
Tinha uma criança no balanço, um cachorro na grama e uma velha no banco
da praça. (certo)
Questão 01
CEBRASPE (CESPE) - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos (SLU DF)/Administração/2019
Texto CB1A1-I
Como em todas as tardes abafadas de Americana, no interior de São Paulo, o paranaense
Adílson dos Anjos circula entre velhas placas de computador, discos rígidos quebrados,
estabilizadores de energia enferrujados, monitores com tubos queimados e outras velharias
do mundo da informática. Ao ar livre, as pilhas, que alcançam um metro de altura, refletem
os raios de sol de forma difusa e provocam um incessante piscar de olhos. Por trás delas, um
corredor estreito, formado por antigos decodificadores de televisão a cabo, se esconde sob
uma poeira fina que sobe do chão.
Com uma chave de fenda na mão direita, Adílson mantém, de joelhos, uma linha de produção
repetitiva. Desparafusa as partes mais volumosas de uma CPU carcomida, crava sua
ferramenta em fendas predeterminadas e, com os dedos da outra mão, faz vergar parte do
alumínio do aparelho. Com um solavanco, arranca do corpo da máquina uma chapa fina e
esverdeada conhecida como placa-mãe. Com zelo, deposita-a perto dos pés. O resto faz voar
por cima de sua cabeça: com um ruído estridente, tudo se espatifa metros atrás.
Há cerca de um ano, Adílson vive com os cerca de 600 reais que ganha por mês coletando,
separando e revendendo sobras de computadores, que recebem o nome de e-lixo. Todos os
meses, ele transforma 20 toneladas de sucata eletrônica em quilos e quilos de alumínio,
ferro, cobre, plástico e até mesmo ouro.
Não há dados no Brasil a respeito do número de pessoas que vivem do mercado de sucata
eletrônica, nem do volume de dinheiro que ele movimenta. A falta de dados e a consequente
ausência de projetos voltados para o bom aproveitamento dos detritos eletrônicos atestam
que o e-lixo brasileiro ainda se move pela sombra.
Na Europa e nos Estados Unidos, estudos sobre o assunto atestam que o montante de lixo
digital em circulação na Terra cresce 5% ao ano. A sucata eletrônica, sozinha, já abocanha
uma fatia maior do que a das fraldas infantis no bolo de resíduos sólidos gerados pelo ser
humano.
Cristina Tardáguila. Ruínas eletrônicas. Internet: <www.piaui.folha.uol.com.br> (com
adaptações).
Com relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir.
Depreende-se do trecho “Ao ar (...) de olhos” que os equipamentos eletrônicos depositados
no local, ao projetarem a luz solar em diversas direções, causam incômodo à visão de quem
visita o local.
Certo
Errado
Comentário:
A partir da leitura do trecho “Ao ar livre, as pilhas, que alcançam um metro de altura,
refletem os raios de sol de forma difusa e provocam um incessante piscar de olhos”, podemos
inferir que, por estarem expostas à luz do sol ao ar livre, as pilhas refletem os raios solares
e causam incômodo aos olhos de quem as encara, levando-os a piscar.
Gabarito: CERTO
Questão 02
CEBRASPE (CESPE) - Auditor-Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RS)/2019
Texto 1A11-I
Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor,
junto com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui
podem ser verdadeiros, mas — como se verá — relativos). A plateia, formada por um público
refinado, culto e um pouco bovino, como são, sempre, os homens em ajuntamentos,
esperava com impaciência.
Liszt tocou Beethoven e foi calorosamente aplaudido. Depois, quando chegou a vez do
obscuro e inferior Pixis, manifestou-se o desprezo coletivo. Alguns, com ouvidos mais
sensíveis, depois de lerem o programa que anunciava as peças do músico menor, retiraramse
do teatro, incapazes de suportar música de má qualidade.
Como sabemos, os melômanos são impacientes com as obras de epígonos, tão céleres em
reproduzir, em clave rebaixada, as novas técnicas inventadas pelos grandes artistas.
Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto,
os nomes de Pixis e Beethoven...
A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com entusiasmo e paixão,
e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
Esse episódio, cômico se não fosse doloroso, deveria nos tornar mais atentos e menos
arrogantes a respeito do que julgamos ser arte.
Desconsiderar, no fenômeno estético, os mecanismos de recepção é correr o risco de aplaudir
Pixis como se fosse Beethoven.
Charles Kiefer. O paradoxo de Pixis. In: Para ser escritor. São Paulo: Leya, 2010 (com
adaptações).
Infere-se do texto 1A11-I que, na ocasião do concerto em Paris, em 1837,
a) Pixis tocou uma composição de Beethoven como se fosse de sua autoria.
b) Liszt equivocou-se na leitura do roteiro de composições que deveria executar.
c) a plateia revoltou-se contra Liszt, por ele ter confundido uma composição de Pixis com
uma de Beethoven.
d) o público julgou as composições apenas com base nas designações equivocadas no
programa do concerto.
e) as peças de Pixis e Beethoven foram executadas de modo tão semelhante que o público
não foi capaz de distingui-las.
Comentário:
a) Pixis tocou uma composição de Beethoven como se fosse de sua autoria.
Incorreta – segundo o texto, quem tocou no concerto foi Liszt e não Pixis, conforme trecho
“Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor,
junto com outra, do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven”.
b) Liszt equivocou-se na leitura do roteiro de composições que deveria executar.
Incorreta – o erro, segundo o texto “Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico
invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e Beethoven...”, foi tipográfico e
Liszt só viu depois de ter tocado.
c) a plateia revoltou-se contra Liszt, por ele ter confundido uma composição de Pixis com
uma de Beethoven.
Incorreta – não há informação de que a plateia tenha ficado revoltada, consta apenas que
“manifestou-se o desprezo coletivo” em relação à música que era de Beethoven, mas que
pensaram ser de Pixis.
d) o público julgou as composições apenas com base nas designações equivocadas no
programa do concerto.
CORRETA – nos trechos “A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida
com entusiasmo e paixão, e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada”
e “Liszt, no entanto, registraria que um erro tipográfico invertera, no programa do concerto,
os nomes de Pixis e Beethoven...” confirmamos essa afirmação.
e) as peças de Pixis e Beethoven foram executadas de modo tão semelhante que o público
não foi capaz de distingui-las.
Incorreta – não há informação no texto que nos leve a inferir se o público foi ou não capaz
de distinguir as peças. O que consta é que ele se pautou no programa para pensar que sabia
diferenciá-las.
Gabarito: D
Questão 03
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto
essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e vampiros em geral
discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem
ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou terráqueos, outros
rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de afastar as trevas noturnas de todo
hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do
espaço o mapa das desigualdades econômicas mundiais desenhado na banda noturna do
planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada.
Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas.
Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos pode
reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil quando vejo se acenderem as luzes da cidade.
E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem
é o responsável por acender as luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa
caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é
que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior
arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda
se iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o
cargo, se existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo
das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o
item a seguir.
Infere-se do primeiro parágrafo do texto que “boêmios da pá virada e vampiros” diferem
biologicamente dos seres humanos em geral, os quais tendem a desempenhar a maior parte
de suas atividades durante a manhã e à tarde.
Certo ou Errado?
Comentário:
A afirmação está incorreta porque, no trecho “Somos animais diurnos, por mais que boêmios
da pá virada e vampiros em geral discordem dessa afirmativa”, devido ao emprego da
expressão “por mais que”, que é concessiva, inferimos que boêmios e vampiros podem pensar
diferente dos seres humanos, mas não há informação de que eles sejam biologicamente
diferentes como afirmado no enunciado da questão.
Gabarito: ERRADO
Questão 04
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto
essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e vampiros em geral
discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem
ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou terráqueos, outros
rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de afastar as trevas noturnas de todo
hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do
espaço o mapa das desigualdades econômicas mundiais desenhado na banda noturna do
planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada.
Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas.
Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos pode
reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil quando vejo se acenderem as luzes da cidade.
E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem
é o responsável por acender as luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa
caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é
que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior
arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda
se iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o
cargo, se existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo
das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).
No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o
item a seguir
É correto inferir do trecho “o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das
trevas eternas” que provavelmente o funcionário responsável pelo acionamento da
iluminação urbana já morreu.
Certo
Errado
Comentário:
É correto concluir que tal funcionário provavelmente já morreu porque os sensores
fotoelétricos já existem a bastante tempo, sendo assim, se havia alguém, de algum cargo
público, que acendia as luzes manualmente, esse alguém já morreu provavelmente e o cargo
certamente já foi extinto.
Gabarito: CERTO
Questão 05
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente com a satisfação das
necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do calor, ter o que
calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a natureza, pois
no mundo natural estão os elementos que serão utilizados para atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em
razão de atividades do trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos
cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do
trabalho alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história.
De acordo com o cientista social norte-americano Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o
trabalho geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas sociedades industrializadas.
Naquelas, o trabalho está integrado a outras dimensões da sociabilidade — festas, ritos,
artes, mitos etc. —, não representando, assim, um mundo à parte.
Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins
propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou
“sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações).
Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto
apresentado
Conclui-se do texto que, devido à abundância de recursos, nas sociedades tribais os
indivíduos não têm necessidade de separar as práticas laborais das outras atividades sociais.
Certo
Errado
Comentário:
Essa questão é capciosa, cuidado! No texto é afirmado que “o trabalho está em tudo”, o que
nos leva a pensar que não há necessidade de separar as práticas laborais das outras atividades
sociais, o que pode ser verdade, mas o que o texto não diz é que isso se dá devido à
abundância de recursos, como foi afirmado no enunciado da questão. O que consta no texto
é que nessas sociedades há a plena satisfação das necessidades básicas.
Gabarito: ERRADO
Questão 06
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
O nome é o nosso rosto na multidão de palavras. Delineia os traços da imagem que fazem de
nós, embora não do que somos (no íntimo). Alguns escondem seus donos, outros lhes põem
nos olhos um azul que não possuem. Raramente coincidem, nome e pessoa. Também há
rostos quase idênticos, e os nomes de quem os leva (pela vida afora) são completamente
díspares, nenhuma letra se igualando a outra.
O do autor deste texto é um nome simples, apostólico, advindo do avô. No entanto, o
sobrenome, pelo qual passou a ser reconhecido, é incomum. Sonoro, hispânico. Com uma
combinação incomum de nome e sobrenome, difícil seria encontrar um homônimo. Mas eis
que um surgiu, quando ele andava pelos vinte anos. E continua, ao seu lado, até agora —
sombra amiga.
Impossível não existir aqui ou ali alguma confusão entre eles, um episódio obscuro que, logo,
viria às claras com a real justificativa: esse não sou eu. Houve o caso da mulher que telefonou
para ele, esmagando-o com impropérios por uma crítica feita no jornal pelo outro, sobre um
célebre arquiteto, de quem ela era secretária.
João Anzanello Carrascoza. Homônimo. In: Diário das Coincidências. Ed. digital. São
Paulo: Objetiva, p. 52 (com adaptações).
No que concerne ao texto precedente, julgue o item.
A afirmação de que alguns nomes põem nos olhos de seus donos “um azul que não possuem”
contradiz a ideia de que os nomes definem não as qualidades reais de cada um, mas o modo
como os outros o veem.
Certo
Errado
Comentário:
Uma ideia confirma a outra no contexto, ou seja, o nome de cada um delineia como cada
um é visto pelos outros, e o outro, por causa de um nome, pode atribuir a uma determinada
pessoa características físicas que ela não possui, como a cor dos olhos.
Gabarito: ERRADO
Questão 07
CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procuradoria (PGE PE)/Calculista/2019
O modelo econômico de produção capitalista, aperfeiçoado pelos avanços científicos e
tecnológicos que, por sua vez, proporcionaram a reestruturação da produção e a Terceira
Revolução Industrial, retirou do trabalho seu valor, transformando o empregado em simples
mercadoria inserta no processo de produção. Nesse contexto, o trabalhador se vê tolhido da
principal manifestação de sua humanidade e dignidade: o trabalho. A luta dos trabalhadores,
portanto, não é mais apenas por condições melhores de subsistência, mas pela própria
dignidade do ser humano.
Em face desse cenário, a opinião pública passa a questionar o papel do Estado e das
instituições dominantes, no sentido de buscar um consenso sobre as consequências sociais
da atividade econômica. A sociedade requer das organizações uma nova configuração da
atividade econômica, pautada na ética e na responsabilidade para com a sociedade e o meio
ambiente, a fim de minimizar problemas sociais como concentração de renda, precarização
das relações de trabalho e falta de direitos básicos como educação, saúde e moradia,
agravados, entre outros motivos, por propostas que concebem um Estado que seja parco em
prestações sociais e no qual a própria sociedade se responsabilize pelos riscos de sua
existência, só recorrendo ao Poder Público subsidiariamente, na impossibilidade de
autossatisfação de suas necessidades.
Samia Moda Cirino. Sustentabilidade no meio ambiente de trabalho: um novo paradigma
para a valorização do trabalho humano. Internet:
<www.publicadireito.com.br> (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item que se
segue.
De acordo com o texto, o quadro de concentração de renda, de precarização das relações
de trabalho e de falta de direitos básicos como educação, saúde e moradia é resultado da
negligência estatal com relação às necessidades da população.
Certo
Errado
Comentário:
Muito cuidado com a hiper-interpretação!
Quase que o texto nos leva a entender que, também baseados na visão popular de que todos
os problemas apontados são “por culpa do governo”, tais problemas são resultado da
negligência do Estado. Não é isso que o texto diz. Consta que os problemas já existem e que
a sociedade requer uma nova configuração governamental que diminua em lugar de agravar
os problemas elencados no enunciado. Isso podemos confirmar no trecho “A sociedade requer
das organizações uma nova configuração da atividade econômica, pautada na ética e na
responsabilidade para com a sociedade e o meio ambiente, a fim de minimizar problemas
sociais (...) e moradia, agravados, entre outros motivos, por propostas que concebem um
Estado que seja parco em prestações sociais”.
Gabarito: ERRADO
Questão 08
CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procuradoria (PGE PE)/Calculista/2019
O desejo por igualdade em nossos dias, ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão, marco da modernidade, segundo Axel Honneth, advém de uma busca por
autorrespeito. Para Honneth, houve uma conversão de demandas por distribuição igualitária
em demandas por mais dignidade e respeito. O autor descreve o campo de ação social como
o lócus marcado pela permanente luta entre os sujeitos por conservação e reconhecimento.
O conflito, diz ele, força os sujeitos a se reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação
de uma rede normativa. Quer dizer, o estabelecimento da figura do sujeito de direitos
constitui um mínimo necessário para a perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito
mútuo de suas pretensões legítimas que as pessoas conseguem se relacionar socialmente.
Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das
mulheres em situação de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é
constatando as obrigações que temos diante do direito alheio que chegamos a uma
compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de direitos. De acordo com Honneth, as
demandas por direitos — como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados
à orientação sexual —, advindas de um reconhecimento anteriormente denegado, criam
conflitos práticos indispensáveis para a mobilidade social.
Isadora Vier Machado. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência
psicológica da Lei Maria da Penha. Internet: <http://pct.capes.gov.br> (com adaptações).

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O desejo de igualdade entre os indivíduos, manifesto a partir da criação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, impulsionou a busca por autorrespeito.
Certo
Errado
Comentário:
Na verdade, o texto diz o contrário. Diz que a busca pelo autorrespeito é que deu ensejo ao
desejo de igualdade, como podemos confirmar no trecho “O desejo por igualdade em nossos
dias, ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, marco da modernidade,
segundo Axel Honneth, advém de uma busca por autorrespeito.”.
Gabarito: ERRADO
Questão 09
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE)/2019
Texto CB2A1-I
Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram
simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam
época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na
Grécia, as grandes descobertas científicas e geográficas entre os sé***** XII e XVI, o advento
da sociedade industrial no sé**** XIX, tudo isso representa saltos de época, que
desorientaram gerações inteiras.
Se observarmos bem, essas ondas longas da história, como as chamava Braudel, tornaram-se
cada vez mais curtas. Acabamos de nos recuperar da ultrapassagem da agricultura pela
indústria, ocorrida no sé**** XX, e, em menos de um sé****, um novo salto de época nos
tomou de surpresa, lançando-nos na confusão. Dessa vez o salto coincidiu com a rápida
passagem de uma sociedade de tipo industrial dominada pelos proprietários das fábricas
manufatureiras para uma sociedade de tipo pós-industrial dominada pelos proprietários dos
meios de informação.
O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-industrial foi extraída do ventre da
sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e tecnológico, pela
globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e
pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos
produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana —
na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em
primeira pessoa.
Ninguém poderia ficar impassível diante de uma mudança dessa envergadura. Por isso a
sensação mais difundida é a desorientação.
A nossa desorientação afeta as esferas econômica, familiar, política, sexual, cultural... É um
sintoma de crescimento, mas é também um indício de um perigo, porque quem está
desorientado sente-se em crise, e quem se sente em crise deixa de projetar o próprio futuro.
Se deixarmos de projetar nosso futuro, alguém o projetará para nós, não em função de nossos
interesses, mas do seu próprio proveito.
Domenico de Masi. Alfabeto da sociedade desorientada: para entender o nosso tempo.
Trad. Silvana Cobucci e Federico Carotti. São Paulo: Objetiva, 2017, p. 93-4 (com
adaptações).
Considerando os mecanismos de coesão e os sentidos do texto CB2A1-I, julgue o item
seguinte.
Dado o emprego da expressão “verdadeiras descontinuidades que marcam época”, é possível
inferir do primeiro parágrafo do texto que o marco de uma época é fundado em uma
descontinuidade, que será considerada verdadeira quando resultar na mudança simultânea
do trabalho, da riqueza, do poder e do saber.
Certo
Errado
Comentário:
No trecho “Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza, o poder e o saber mudaram
simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades que marcam
época, pedras miliares no caminho da humanidade”, está sendo dito que as mudanças
simultâneas no trabalho, na riqueza, no poder e no saber geram descontinuidades. Essa
informação é contrária à que está disposta no enunciado, em que se afirma que uma
descontinuidade funda o marco de uma época e ela será verdadeira quando resultar na (que
pode ser lido como ‘gerar a’) mudança simultânea dos itens citados.
Gabarito: ERRADO
Questão 10
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE)/2019
A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um
juízo fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há período histórico
que não tenha sido julgado, de uma parte ou de outra, como um período em crise. Ouvi falar
de crise em todas as fases da minha vida: depois da Primeira Guerra Mundial, durante o
fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles
que foram chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito de crise tivesse
qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma época.
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para
absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo
apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo excessivamente resoluto nesse campo
corre o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras
menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma
diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais,
políticas, culturais ou até mesmo biológicas.
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais.
Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
Para o autor do texto, todo período histórico que se tornou passado se caracteriza como um
período de crise moral.
Certo
Errado
Comentário:
No trecho “Não há período histórico que não tenha sido julgado, de uma parte ou de outra,
como um período em crise. (...) Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras
menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma
diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais,
políticas, culturais ou até mesmo biológicas”, consta que os períodos históricos são julgados
como períodos de crise, mas não diz que eles se caracterizam como períodos de crise moral.
É dito, inclusive, que é difícil dizer se a “turbulência”, causada pelo período de crise,
depende de uma crise moral. Portanto a afirmação está incorreta.
Gabarito: ERRADO
Questão 01
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, de preferência a do sol, tão óbvia quanto
essencial. Somos animais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e vampiros em geral
discordem dessa afirmativa. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem
ser poucas as pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou terráqueos, outros
rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.
A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de afastar as trevas noturnas de todo
hábitat humano. Luz soa para muitos como sinônimo de civilização, e pode-se observar do
espaço o mapa das desigualdades econômicas mundiais desenhado na banda noturna do
planeta. A parcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a mais iluminada.
Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custo ambiental muito alto, avisam os cientistas.
Nos humanos, o excesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual dormimos pode
reduzir drasticamente os níveis de melatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.
Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil quando vejo se acenderem as luzes da cidade.
E repito para mim mesmo a pergunta que me faço desde que me conheço por gente: quem
é o responsável por acender as luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essa tarefa
caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelos bairros. Mas e antes dos sensores, como é
que se fazia? Imagino que algum funcionário trepava na antena mais alta no topo do maior
arranha-céu e, ao constatar a falência da luz solar, acionava um interruptor, e a cidade
toda se iluminava.
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o
cargo, se existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo
das trevas eternas.
Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações).

No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o
item a seguir
A substituição da locução “a cidade toda” por toda cidade preservaria os sentidos e a
correção gramatical do período.
Certo
Errado
Comentário:
A substituição proposta preservaria sim a correção gramatical do texto, mas não os sentidos,
uma vez que “a cidade toda” expressa ideia de que seja uma cidade em sua totalidade, já
por “toda cidade” entendemos qualquer cidade. O sentido da expressão original, portanto,
é limitador, que é obtido pela presença do artigo definido, e o sentido da expressão proposta
para substituição é abrangente.
Gabarito: ERRADO
Questão 02
CEBRASPE (CESPE) - Policial Rodoviário Federal/2019
As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente com a satisfação das
necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do calor, ter o que
calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a natureza, pois
no mundo natural estão os elementos que serão utilizados para atendê-las.
Se prestarmos atenção à nossa volta, perceberemos que quase tudo que vemos existe em
razão de atividades do trabalho humano. Os processos de produção dos objetos que nos
cercam movimentam relações diversas entre os indivíduos, assim como a organização do
trabalho alterou-se bastante entre diferentes sociedades e momentos da história.
De acordo com o cientista social norte-americano Marshall Sahlins, nas sociedades tribais, o
trabalho geralmente não tem a mesma concepção que vigora nas sociedades industrializadas.
Naquelas, o trabalho está integrado a outras dimensões da sociabilidade — festas, ritos,
artes, mitos etc. —, não representando, assim, um mundo à parte.
Nas sociedades tribais, o trabalho está em tudo, e praticamente todos trabalham. Sahlins
propôs que tais sociedades fossem conhecidas como “sociedades de abundância” ou
“sociedades do lazer”, pelo fato de que nelas a satisfação das necessidades básicas sociais e
materiais se dá plenamente.
Thiago de Mello. Trabalho. Internet: <educacao.globo.com> (com adaptações).
Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto
apresentado.
Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse
assim reescrito: Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que
vemos existe pelas atividades do trabalho humano.
Certo
Errado
Comentário:
O trecho que o enunciado propõe substituir é “Se prestarmos atenção à nossa volta,
perceberemos que quase tudo que vemos existe em razão de atividades do trabalho
humano”.
A frase proposta para substituição é: “Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos
que quase tudo que vemos existe pelas atividades do trabalho humano”.
Comparando-as, temos que o sentido delas não é o mesmo. A primeira é iniciada pela
conjunção “Se”, que impõe a ideia de uma ação que é uma condição para que outra ocorra
no tempo futuro, por conta do emprego do verbo “perceberemos”, conjugado no futuro do
presente do indicativo. Já a segunda é iniciada pela conjunção “Quando”, que expressa ideia
de tempo. Temos então uma ação que ocorre seguida de outra, que acontece imediatamente
após a primeira. O que notamos pelo emprego dos dois verbos no presente do indicativo:
“prestamos” e “percebemos”.
Gabarito: ERRADO
Questão 03
CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procuradoria (PGE PE)/Calculista/2019
O desejo por igualdade em nossos dias, ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão, marco da modernidade, segundo Axel Honneth, advém de uma busca por
autorrespeito. Para Honneth, houve uma conversão de demandas por distribuição igualitária
em demandas por mais dignidade e respeito. O autor descreve o campo de ação social como
o lócus marcado pela permanente luta entre os sujeitos por conservação e reconhecimento.
O conflito, diz ele, força os sujeitos a se reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação
de uma rede normativa. Quer dizer, o estabelecimento da figura do sujeito de direitos
constitui um mínimo necessário para a perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito
mútuo de suas pretensões legítimas que as pessoas conseguem se relacionar socialmente.
Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das
mulheres em situação de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é
constatando as obrigações que temos diante do direito alheio que chegamos a uma
compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de direitos. De acordo com Honneth, as
demandas por direitos — como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados
à orientação sexual —, advindas de um reconhecimento anteriormente denegado, criam
conflitos práticos indispensáveis para a mobilidade social.
Isadora Vier Machado. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência
psicológica da Lei Maria da Penha. Internet: <http://pct.capes.gov.br> (com adaptações).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
A substituição da forma verbal “teria” por tem manteria tanto a correção gramatical quanto
a coerência do texto.
Certo
Errado
++Comentário:
No trecho: “Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o
reconhecimento das mulheres em situação de violências”, a substituição proposta manteria
tanto a correção gramatical quanto a coerência textual. Isso porque o verbo no presente do
indicativo se encaixa bem na frase, ainda que o sentido de hipótese levantado pelo verbo
“teria” seja substituído pela ideia de certeza que traz o verbo “tem”.
Gabarito: CERTO
Questão 04
CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procuradoria (PGE PE)/Calculista/2019
O desejo por igualdade em nossos dias, ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão, marco da modernidade, segundo Axel Honneth, advém de uma busca por
autorrespeito. Para Honneth, houve uma conversão de demandas por distribuição igualitária
em demandas por mais dignidade e respeito. O autor descreve o campo de ação social como
o lócus marcado pela permanente luta entre os sujeitos por conservação e reconhecimento.
O conflito, diz ele, força os sujeitos a se reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação
de uma rede normativa. Quer dizer, o estabelecimento da figura do sujeito de direitos
constitui um mínimo necessário para a perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito
mútuo de suas pretensões legítimas que as pessoas conseguem se relacionar socialmente.
Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das
mulheres em situação de violências (incluída a psicológica) pelo direito;
afinal, é constatando as obrigações que temos diante do direito alheio que chegamos a uma
compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de direitos. De acordo com Honneth, as
demandas por direitos — como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados
à orientação sexual —, advindas de um reconhecimento anteriormente denegado, criam
conflitos práticos indispensáveis para a mobilidade social.
Isadora Vier Machado. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência
psicológica da Lei Maria da Penha. Internet: <http://pct.capes.gov.br> (com adaptações).
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
Sem prejuízo da correção gramatical do texto, os vocábulos “é” e “que” poderiam ser
suprimidos, desde que fosse inserida uma vírgula imediatamente após a palavra “alheio”
Certo
Errado
Comentário:
No contexto “...afinal, é constatando as obrigações que temos diante do direito alheio
que chegamos a uma compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de direitos”, a
expressão “é que”, apesar de estar separada na frase, é uma expressão considerada
expletiva, o que significa dizer que ela tem objetivo apenas de enfatizar. Caso ela seja
suprimida e seja inserida uma vírgula após “alheio”, a correção gramatical do texto seria
mantida, como vemos na frase proposta: afinal, constatando as obrigações que temos diante
do direito alheio, chegamos a uma compreensão de cada um(a) de nós como sujeitos de
direitos.
Gabarito: CERTO
Questão 05
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE)/2019
A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento do espírito que de um
juízo fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência. Não há período histórico
que não tenha sido julgado, de uma parte ou de outra, como um período em crise. Ouvi falar
de crise em todas as fases da minha vida: depois da Primeira Guerra Mundial, durante o
fascismo e o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial, no pós-guerra, bem como naqueles
que foram chamados de anos de chumbo. Sempre duvidei que o conceito de crise tivesse
qualquer utilidade para definir uma sociedade ou uma época.
Que fique claro: não tenho nenhuma intenção de difamar ou condenar o passado para
absolver o presente, nem de deplorar o presente para louvar os bons tempos antigos. Desejo
apenas ajudar a que se compreenda que todo juízo excessivamente resoluto nesse campo
corre o risco de parecer leviano. Certamente, existem épocas mais turbulentas e outras
menos. Mas é difícil dizer se a maior turbulência depende de uma crise moral (de uma
diminuição da crença em princípios fundamentais) ou de outras causas, econômicas, sociais,
políticas, culturais ou até mesmo biológicas.
Norberto Bobbio. Elogio da serenidade e outros escritos morais.
Trad. Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 160-1 (com adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam mantidos se fosse inserido o
vocábulo do imediatamente após a palavra “espírito”.
Certo
Errado
Comentário:
Vejamos o contexto: “A própria palavra “crise” é bem mais a expressão de um movimento
do espírito que de um juízo fundado em argumentos extraídos da razão ou da experiência”.
Notamos aqui a expressão comparativa “mais... que”, que também pode ser escrita com a
preposição do: mais... do que. Ambas as grafias existem na gramática da língua portuguesa,
portanto a correção seria mantida, e possuem o mesmo sentido.
Gabarito: Certo