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Texto



A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue o item.
1. O autor do texto optou pela utilização de um nível de linguagem predominantemente informal como estratégia
para atrair o interesse dos leitores.
Comentário:
No convite apresentado, o autor utilizou uma linguagem predominantemente formal, com respeito às normas
gramaticais e às características fundamentais do gênero “convite”. Pode-se entender que a imagem e o texto ao lado
também foram usados como estratégia para atrair o interesse dos leitores para o assunto, não obstante a linguagem
empregada permaneceu formal, sem incorreções, gírias etc.
Gabarito: item errado.
---
Texto
Nosotros
Descobertos por povo marítimo e povo marítimo nós mesmos (sempre tivemos as costas largas), era natural que
medida marítima, o nó náutico, nos fosse tão importante. Como, daí em diante, foram importantíssimos pra nós os nós
da madeira do pau-brasil que exportávamos com nó na garganta (sabendo já que exportávamos meio ambiente),
ameaçados pelo nó da forca portuguesa.
Millôr Fernandes. Veja, 30/11/ 2005, p. 30.
Tendo como base o texto “Nosotros”, julgue o item abaixo.

2. A palavra nosotros não pertence ao léxico da língua portuguesa. Ao buscar em outra língua o título do texto, o
autor está contribuindo para desnacionalizar a língua portuguesa, por meio da infiltração de estrangeirismos ou
empréstimos desnecessários.
Comentário:
A palavra "nosotros" ("nós", traduzindo para nosso idioma) pertence ao léxico da língua espanhola, porém não se pode
afirmar que o seu emprego pela autora brasileira vise a desnacionalizar a língua portuguesa. Podemos entender que a
autora empregou a palavra como forma de demonstrar o distanciamento existente entre os povos dos países da
América Latina e “o povo marítimo” (os navegantes europeus) que descobriu nossas terras, bem como as terras dos
países vizinhos, todos falantes do idioma espanhol. Assim, a autora apenas nos coloca ao lado dos povos vizinhos.
Gabarito: item errado.

---
Texto


A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.
3. As expressões “porcarias”, no segundo quadrinho, e “Não tem jeito”, no último quadrinho, são típicas da
modalidade oral, e seu emprego é adequado ao nível de formalidade do gênero tirinha.
Comentário:
Na linguagem informal, o vocábulo “porcaria”, no sentido figurado, típico da oralidade, significa coisa sem valor,
desimportante, em mau estado de conservação. Esse sentido é empregado em “naquelas porcarias de móveis”. Já a
expressão “não tem jeito” apresenta o verbo “ter” no sentido de existir, emprego comum nas situações de uso informal
da língua. Por ser a tirinha a representação de uma conversa entre amigas, a linguagem informal, coloquial, pode
perfeitamente ser empregada.
Gabarito: item certo.

---
Texto
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio emocionado, porque
parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no mundo é o gosto adocicado do leite materno,
e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A paixão pelo açúcar é uma constante em nossa cultura. O açúcar
é fonte de energia, uma substância capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que reconforta nervos abalados.
É paradoxal, portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em nossa corrente sanguínea, mas não
pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram pelo açúcar que não conseguem receber, e
que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a Antiguidade, sobretudo porque é uma doença de fácil
diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há sé*****, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o
formigueiro. Também não escapou aos médicos de outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece.
“As carnes se dissolvem na urina”, diziam os gregos.
Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta — inusitadas e reveladoras
histórias da medicina. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações).
No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.
4. Há uma metáfora no período “Há sé*****, sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro”.
Comentário:
Quando se diz que “a urina do diabético é uma festa para o formigueiro”, deseja-se dizer que a urina do diabético
atrairia as formigas, porque ela pode apresentar açúcar, algo que agrada a esses insetos, de modo que seriam atraídos,
como se estivessem indo a “uma festa”. Há uma metáfora na expressão, uma vez que o texto compara a atração das
formigas pela urina com teor de açúcar – indicativo da doença – a uma festa, o que não acontece em sentido real.
Gabarito: item certo.
---
Texto
A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a
mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição. Previa-se um único
caso de punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o
assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África.
No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era superior à mulher. O Código Civil de
1916 dava às mulheres casadas o status de “incapazes”. Elas só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se
tivessem a autorização expressa do marido.
Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de valer. O machismo, porém,
sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da condenação quem matava “em estado de completa
privação de sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem “sob o domínio de
violenta emoção”. Os “crimes passionais” — eufemismo para a covardia — encaixam-se à perfeição nessas situações.
Em outra bem-sucedida tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados inventaram o direito da
“legítima defesa da honra”.
O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da Lei Maria da Penha, em 2006, em
que se previu punição para quem agride e mata mulheres, foi um primeiro e audacioso passo. O segundo passo contra
o machismo é a educação.
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com
adaptações).
Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item.

5. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o terceiro período do primeiro parágrafo
poderia ser reescrito da seguinte forma: Também era possível que o marido matasse a esposa pela mera suspeita de
traição da parte dela.
Comentário:
O trecho a ser reescrito é “Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição”; segundo ele, o marido poderia
matar a esposa se suspeitasse de que ela o traiu. Através da reescrita apresentada no item, é possível compreender o
trecho final de duas maneiras: 1ª – houve suspeita de traição da parte dela, ou seja, suspeitou-se de que a esposa traiu;
2ª – houve suspeita de traição da parte dela, isto é, a esposa suspeitou que houve traição, que o marido a traiu.
Havendo essa ambiguidade quanto ao sentido da frase, o texto não foi bem reescrito.
Gabarito: item errado.

---
Texto
A experimentação é característica dos processos de aquisição de conhecimentos. Ao adquirir a escrita, a criança testa
hipóteses já construídas acerca desse sistema. Pode-se pensar então que, mesmo antes de entrar para a escola, o
aprendiz, graças às práticas de letramento às quais está exposto cotidianamente, já construiu suas hipóteses no que
diz respeito à segmentação da escrita. No entanto, ao testá-las, o que se lhe apresenta é a dúvida sobre o lugar em que
espaços devem ser inseridos na escrita. Para a resolução desse problema, é necessário que o aprendiz cumpra a
complexa tarefa de compreender o que é uma palavra.
Começam a surgir, exatamente nesse período, as segmentações não convencionais. Da falta de espaço entre fronteiras
vocabulares — hipossegmentação — surgem estruturas do tipo “derepente”, “muitolonge”, “chicobento”; da inserção
de um espaço indevido no interior da palavra — hipersegmentação —, estruturas como “em controu”, “amanhe seu”,
“chapeu sinhô”.
Ana Paula Nobre da Cunha e Ana Ruth Moresco Miranda. A hipo e a
hipersegmentação nos dados de aquisição de escrita: a influência da
prosódia. In: Alfa. 53 (1), 2009, p. 127-148. Internet:
<http://piwik.seer.fclar.unesp.br> (com adaptações).
Julgue o item subsecutivo, referente às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior.
6. No texto predomina a função referencial da linguagem.
Comentário:
O texto da questão aborda o processo de aprendizagem da escrita pelas crianças. Como o assunto é tratado de maneira
objetiva e clara, visando à transmissão de informações, pode-se afirmar que a linguagem é predominantemente
referencial.
Gabarito: item correto.
---
Texto
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até
Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma
vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha
infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela fazia um
para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo
para usar no dia seguinte.
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo:
Companhia das Letras, 2017.
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.
7. As formas ‘Xô’ e ‘Vâmu’, são marcas de oralidade e reproduzem a informalidade da fala do condutor do carro de
boi.
Comentário:
Os dois termos são característicos da linguagem oral, empregada nas situações informais do dia a dia pelo condutor do
carro de boi.
Gabarito: item certo.
Com base no texto, julgue o próximo item.
O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua
inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos e
todos os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel forneceram os
suportes nos quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens.
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais simples,
a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas podiam ser
apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, a tarefa não era
fácil. Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável proliferação textual de
um discurso sem ordem nem limites.
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi considerado
um perigo tão grande quanto seu contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, assim como o
esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se tornar arquivos cuja proteção
os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre suportes que permitiam escrever, apagar e
depois escrever de novo.
Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura (sé***** XIXVIII).
Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. São Paulo: UNESP, 2007, p. 9-10 (com
adaptações).
8. Predomina no texto a tipologia argumentativa.
Comentário:
O texto argumentativo possui como finalidade defender um ponto de vista para convencer o leitor, e, após leitura e
breve reflexão, percebemos que, no texto da questão, não há essa intenção. O autor do texto lido pretende apenas
trazer para o leitor informações sobre o assunto “escrita”, o que caracteriza um texto do tipo expositivo.
Gabarito: item errado.
---
Texto
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência com
os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu relato,
já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se perderam
e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar coleções, arquivos e
alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, encerrando em desventuras
as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações.
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record,
2002.
Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue o item a seguir.

9. A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto como narrativo.
Comentário:
O texto da questão apresenta apenas um fragmento de um texto maior, porém, mesmo fragmentado, é possível
perceber que há nele um narrador que conta uma história acerca do personagem Geraldo Viramundo. No trecho, não
podemos identificar toda a estrutura de um texto típico do gênero do narrar, todavia já podemos classificá-lo como
sendo narrativo a partir dos seguintes elementos identificados: enredo (história contada), personagens (Geraldo,
estudantes e sua amada, por exemplo), espaço (Outro Preto) e narrador em 3ª pessoa (aquele que conta a história,
sem participar dela).
Gabarito: item certo.
---
10. Predominam no texto as tipologias textuais injunção e exposição.
Comentário:
No texto lido há informações a respeito do programa “Nota Fiscal Gaúcha”, bem como orientações sobre como o
cidadão deve fazer para participar. Ao texto que expõe informações sobre determinado assunto, chamamos expositivo;
ao texto que instrui/orienta como se deve proceder, chamamos injuntivo. Assim, podemos dizer que predominam no
texto as duas tipologias referidas no item: injunção e exposição.
Gabarito: item certo.

---
Texto
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em outros
contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo).
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação de que a variação linguística não deve ser matéria de ensino na
escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver
uma pedagogia da variação linguística no sistema escolar de uma sociedade que, infelizmente, ainda não reconheceu
sua complexa cara linguística e, como resultado da profunda divisão socioeconômica que caracterizou historicamente
sua formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos, escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os
grupos socioeconômicos que recebem as menores parcelas da renda nacional.
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos socioeconômicos. E há, entre
nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe à escola pública contribuir, pela oferta de educação de
qualidade, para favorecer, mesmo que indiretamente, uma melhor redistribuição da renda nacional.
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua — um ensino que garanta o
domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos espaços públicos. Nessa perspectiva, esse domínio inclui
o das variedades linguísticas historicamente identificadas como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto
de variedades escritas e faladas constitutivas da chamada norma culta.
Carlos Alberto Faraco e Ana Maria Stahl Zilles. Introdução. In: Carlos Alberto Faraco
e Ana Maria Stahl Zilles (orgs.). Pedagogia da variação Linguística: língua,
diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015. p. 8-9 (com adaptações).
Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
11. Presentes no último parágrafo do texto, os vocábulos “qualidade”, “perspectiva”, “essas”, “conjunto” e
“chamada” contêm grupos de duas letras que representam um só fonema, constituindo o que se denomina dígrafo
ou digrama.
Comentário:
As palavras “essas” e “chamada” apresentam os dígrafos “ss” e “ch”, respectivamente. Já a palavra “conjunto”
apresenta os dígrafos vocálicos “on” e “un”. De maneira análoga, as palavras “qualidade” e “perspectiva” não
apresentam dígrafos, uma vez que todas as suas letras (grafemas) têm som próprio.
Gabarito: item errado.
Texto
Eis a razão pela qual acredito estarmos caminhando para a edificação de uma nova ordem mundial, assentada em
parâmetros razoavelmente distintos daqueles que prevaleceram nas duas últimas décadas. Aprendemos que o fim do
sistema bipolar (...) não teve o dom de sepultar interesses divergentes e claros antagonismos, sempre presentes na área
internacional. Entendemos, ademais, que o mercado, por sua própria natureza, não é a instância adequada para tomar
decisões políticas, que afetam milhões de pessoas. Por fim, mas não menos significativo, percebemos que o combate a
um inimigo difuso, a cuja sanha destruidora e ensandecida todos devemos opor tenaz resistência para dela não nos
tornarmos reféns, requer esforço conjunto e solidário, somente possível pelo acordo que não se impõe, mas que se
celebra pela busca de convergência possível. Isso é Política. (...)
Ramez Tebet. Discurso proferido na Abertura da III Conferência Parlamentar
das Américas. Rio de Janeiro, 19/11/2001.

Em relação ao texto acima, julgue o item.
12. A proximidade fonética dos vocábulos “divergentes”/“presentes”, “sanha”/“ensandecida e “reféns”/“requer”
forma ecos, estratégia retórica cujo abuso pode implicar a distração da audiência, no que se refere à percepção do
conteúdo da mensagem.
Comentário:
O “eco” é um vício de linguagem representado pela repetição dos sons finais das palavras subsequente. Essa repetição
do som pode ser desagradável ao ouvinte, contudo não interfere na percepção do conteúdo. Além disso, entre os pares
apresentados, somente “divergentes/presentes”, de fato, apresenta eco.
Gabarito: item errado.
Texto
Convocada por D. Pedro em junho de 1822, a constituinte só seria instalada um ano mais tarde, no dia 3 de maio de
1823, mas acabaria dissolvida seis meses depois, em 12 de novembro.
Os membros da constituinte eram escolhidos por meio dos mesmos critérios estabelecidos para a eleição dos deputados
às cortes de Lisboa. Os eleitores eram apenas os homens livres, com mais de vinte anos e que residissem por, pelo
menos, um ano na localidade em que viviam, e proprietários de terra. Cabia a eles escolher um colégio eleitoral, que,
por sua vez, indicava os deputados de cada região. Estes tinham de saber ler e escrever, possuir bens e virtudes. Em
uma época em que a taxa de analfabetismo alcançava 99% da população, só um entre cem brasileiros era elegível. Os
nascidos em Portugal tinham de estar residindo por, pelo menos, doze anos no Brasil. Do total de cem deputados eleitos,
só 89 tomaram posse. Era a elite intelectual e política do Brasil, composta de magistrados, membros do clero,
fazendeiros, senhores de engenho, altos funcionários, militares e professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33
senadores, 28 ministros de Estado, dezoito presidentes de província, sete membros do primeiro conselho de Estado e
quatro regentes do Império.
O local das reuniões era a antiga cadeia pública, que, em 1808, havia sido remodelada pelo vice-rei conde dos Arcos
para abrigar parte da corte portuguesa de D. João. No dia da abertura dos trabalhos, D. Pedro chegou ao prédio em
uma carruagem puxada por oito mulas. Discursou de cabeça descoberta, o que, por si só, sinalizava alguma concessão
ao novo poder constituído nas urnas. A coroa e o cetro, símbolos do seu poder, também foram deixados sobre uma
mesa.
Laurentino Gomes. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010, p. 213-16 (com
adaptações).
Julgue o item seguinte, relativo às relações sintáticas e semânticas do texto.
13. No trecho "Era a elite intelectual (...) quatro regentes do Império", a organização dos elementos estruturais indica
o predomínio da coordenação.
Comentário: Nas duas frases recortadas do texto, pode-se notar a utilização, de maneira coordenada, de termos que
desempenham a mesma função sintática. Na primeira frase, tem-se a enumeração de substantivos que nomeiam os
membros da elite política e intelectual, de modo que esses substantivos funcionam como complementos nominais de
“composta”; já na segunda frase, há a enumeração dos cargos políticos que foram ocupados posteriormente, de
maneira que esses termos são os núcleos do sujeito do verbo da oração: “sairiam”.
Gabarito: item certo.
---
Texto para o item
Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até
Barra do Piraí, onde pegávamos um carro de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com
uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu, Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da
minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho. Ela
fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão
limpo para usar no dia seguinte.
Jô Soares. O livro de Jô: uma autobiografia desautorizada. São Paulo: Companhia
das Letras, 2017.
Com relação aos aspectos linguísticos desse texto, julgue o item a seguir.
14. A retirada da vírgula empregada na linha 1 alteraria os sentidos originais do primeiro período do texto.
Comentário:
Na frase "Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na região de lindas propriedades cafeeiras.", a vírgula isola
a oração que traz uma explicação sobre a “fazenda da Jureia” – ficar na região de lindas propriedades cafeeiras –,
sendo, por isso, classificada como oração subordinada adjetiva explicativa. Se a vírgula for retirada, a oração passa a
especificar qual é a fazenda da Jureia de que se falam, de maneira que a oração torna-se subordinada adjetiva restritiva,
ocorrendo, portanto, alteração no sentido do texto original.
Gabarito: item certo

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Texto
A participação e o lugar da mulher na história foram negligenciados pelos historiadores e, por muito tempo, elas ficaram
à sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel dessa mulher, o
quadro de exclusão se agrava ainda mais, pois, além do silêncio que encontramos nas fontes de consulta, os textos, que
muito raramente tratam o mundo feminino, estão impregnados pela aversão dos religiosos da época por elas.
Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos era elaborada pelos escolásticos. Tudo o que sabemos sobre as
mulheres desse período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que deveriam viver completamente longe delas.
Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas, não compreendiam, por exemplo, como elas geravam a vida e curavam
doenças utilizando ervas.
A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos sentidos e, por isso, uma pecadora em
potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero humano. No início da Idade Média, a
principal preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres demoníacos que
personificavam a tentação. Dessa forma, a maior parte das autoridades eclesiásticas desse período via a mulher como
portadora e disseminadora do mal.
Isso as tornava más por natureza e atraídas pelo vício. A partir do sé**** XI, com a instituição do casamento pela Igreja,
a maternidade e o papel da boa esposa passaram a ser exaltados. Criou-se uma forma de salvação feminina a partir
basicamente de três modelos femininos: Eva (a pecadora), Maria (o modelo de perfeição e santidade) e Maria Madalena
(a pecadora arrependida). O matrimônio vinha para saciar e controlar as pulsões femininas. No casamento, a mulher
estaria restrita a um só parceiro, que tinha a função de dominá-la, de educá-la e de fazer com que tivesse uma vida
pura e casta.
Essa falta de conhecimento da natureza feminina causava medo aos homens. Os religiosos se apoiavam no pecado
original de Eva para ligá-la à corporeidade e inferiorizá-la. Isso porque, conforme o texto bíblico, Eva foi criada da
costela de Adão, sendo, por isso, dominada pelos sentidos e os desejos da carne. Devido a essa visão, acreditava-se que
ela fora criada com a única função de procriar.
Essa concepção de mulher, que foi construída através dos sé*****, é anterior mesmo ao cristianismo. Foi assegurada
por ele e se deu porque permitiu a manutenção dos homens no poder; forneceu ao clero celibatário uma segurança
baseada na distância e legitimou a submissão da ordem estabelecida pelos homens. Essa construção começou apenas
a ruir, mas os alicerces ainda estão bem fincados na nossa sociedade.
Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações).
A respeito das ideias e de aspectos gramaticais do texto acima, julgue o item.
15. O termo “Afinal”, empregado no texto como conjunção, introduz oração adverbial temporal.
Comentário:
Analisando o trecho "A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos sentidos e, por isso,
uma pecadora em potencial. Afinal, todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero humano.", percebese
que “afinal” introduz a causa para o fato de os clérigos considerarem a mulher uma pecadora em potencial. Logo, a
oração iniciada por “afinal” é uma oração adverbial causal, e não temporal.
Gabarito: item errado.
Texto
O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como
grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos. Os
manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar a
riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na moralidade
das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos, fracos ou
simplesmente estúpidos.
Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o pensamento
crítico e as visões alternativas à visão dominante; segundo, é necessário adotar sistemas transparentes de governança
e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, de forma a oxigenar as discussões
e o processo de tomada de decisão.
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta Capital, 13/5/2009, p. 51
(com adaptações).
Julgue o seguinte item com base na organização do texto acima.
16. No desenvolvimento da argumentação, o valor semântico das orações iniciadas por "tomando" e "causando",
permite interpretá-las como causa para a conceituação de Whyte; por isso correspondem a porque tomavam
decisões temerárias e causavam grandes fracassos.
Comentário:
As orações iniciadas por “tomando” e “causando” estão na forma reduzida de gerúndio. Após breve reflexão, podemos
passá-las para a forma desenvolvida, ficando a frase da seguinte forma: “O termo groupthinking foi cunhado, na década
de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar como grupos se tornavam reféns de sua própria
coesão, quando tomavam decisões temerárias e causavam grandes fracassos”. Como se pode notar com a oração
desenvolvida, a relação estabelecida pelas orações subordinadas não é de causa, conforme a assertiva, mas de tempo.
Gabarito: item errado.

---
Texto
Não faz muito tempo, fui assistir à ópera As Bodas de Fígaro, de Mozart. Aproximando-se o final do espetá****, o
personagem mais importante, Fígaro, faz um comentário cruel a respeito das mulheres. Na montagem que vi, o diretor
de cena teve a ideia de acender as luzes da plateia durante o canto de Fígaro, que saiu do palco e dirigiu-se aos homens
presentes.
Logo atrás de mim, uma senhora furiosa levantou-se. Fez o sinal de “não” nas fuças do pobre cantor e retirou-se
protestando em voz alta. Pensei que ela poderia ter prestado mais atenção. O tema nuclear de As Bodas de Fígaro é
atual: trata-se de desmascarar, denunciar e punir um poderoso aristocrata que é violento predador sexual.
Aquela senhora furiosa revoltou-se antes do tempo e não viu a condenação do conde brutal. Tal suscetibilidade,
decorrente da situação inferior em que, do modo mais injusto, as mulheres são mantidas em nossas sociedades, é
compreensível. Mas indignou-se cedo demais.
Indignação: eis o problema. Nunca tive simpatia por essa palavra. Pressupõe cólera e desprezo. Quando estamos
sozinhos, a indignação nos embriaga como se fosse uma droga. Arrebata a alma, enfurece as vísceras, dilata os pulmões
e nos faz acreditar na veemência do nosso ódio. Viramos heróis justiceiros diante de nós mesmos.
A solidão indignada faz grandes discursos interiores contra aquilo que erigimos como inimigo. Serve para dar boa
consciência. É um prazer solitário. Exaltados, arquitetamos vinganças e reparações. Depois, o balão murcha, sobrando
apenas nossa miserável impotência.
Ao se manifestar na presença de outra pessoa, ou de duas, ou em um pequeno grupo, a indignação leva ao descontrole.
Nervosos, falamos alto e dizemos coisas que, na calma, jamais pronunciaríamos. Porque não somos mais nós que
falamos, mas algo que está em nós e que ocupou nosso corpo esvaziado de qualquer poder reflexivo: a indignação.
Jorge Coli. A indignação enfurece as vísceras e nos embriaga como se fosse
droga. Internet: <www.folha.com.br> (com adaptações).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item subsecutivo.
17. A oração “não viu a condenação do conde brutal” exprime o motivo, a causa por que a senhora furiosa revoltouse
antes do tempo.
Comentário:
Na frase "Aquela senhora furiosa revoltou-se antes do tempo e não viu a condenação do conde brutal.", percebe-se
que o conectivo “e” indica uma relação de consequência, uma vez que a senhora se revoltou antes do tempo e, em
consequência disso, não viu a condenação brutal.
Gabarito: errado.
Texto
A linguagem — seja ela oral ou escrita, seja mímica ou semafórica — é um sistema de símbolos, signos ou signossímbolos,
voluntariamente produzidos e convencionalmente aceitos, mediante o qual o ser humano se comunica com
seus semelhantes, expressando suas ideias, sentimentos ou desejos.
A linguagem ideal seria aquela em que cada palavra designasse apenas uma coisa, correspondesse a uma só ideia ou
conceito, tivesse um só sentido. Como tal não ocorre em nenhuma língua conhecida, as palavras são, por natureza,
enganosas, porque polissêmicas ou plurivalentes.
Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase nada significam de maneira precisa, inequívoca (Ogden e Richards
são radicais: “as palavras nada significam por si mesmas”): “...o que determina o valor da palavra é o contexto, o qual,
a despeito da variedade de sentidos de que a palavra seja suscetível, lhe impõe um valor ‘singular’; é o contexto também
que a liberta de todas as representações passadas, nela acumuladas pela memória, e que lhe atribui um valor ‘atual’”.
Assim, por mais condicionada que esteja a significação de uma palavra ao seu contexto, sempre subsiste nela, palavra,
um núcleo significativo mais ou menos estável e constante, além de outros traços semânticos potenciais em condições
de se evidenciarem nos contextos em que ela apareça. Se, como entendem Ogden e Richards, as palavras por si mesmas
nada significassem, a cada novo contexto elas adquiririam significação diferente, o que tornaria praticamente
impossível a própria intercomunicação linguística.
Othon M. Garcia. Comunicação em Prosa Moderna. 21.ª ed. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2002, p. 175-6 (com adaptações).
Considerando as relações sintático-semânticas do texto, julgue o item.
18. A palavra “Isoladas” introduz uma oração reduzida que, no texto, apresenta valor condicional.
Comentário:
No fragmento “Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase nada significam de maneira precisa, inequívoca”,
“isoladas” é um verbo na forma nominal de particípio, o qual inicia a oração reduzida “isoladas de contexto ou situação”
que está anteposta à oração principal. Se colocarmos a frase na ordem direta, teremos: “As palavras quase nada
significam de maneira precisa, inequívoca, se estiverem isoladas de contexto”. Observa-se, portanto, que há o sentido
de condição devido ao emprego da conjunção “se”. Assim, “isoladas” introduz oração reduzida com valor condicional.
Gabarito: item certo.
Texto para o item
O respeito às diferentes manifestações culturais é fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que apresenta
tradições e costumes muito variados em todo o seu território. Essa diversidade é valorizada e preservada por ações da
Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), criada em 2003 e ligada ao Ministério da Cultura.
Cidadãos de áreas rurais que estejam ligados a atividades culturais e estudantes universitários de todas as regiões do
Brasil, por exemplo, são beneficiados por um dos projetos da SID: as Redes Culturais. Essas redes abrangem associações
e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestações de cunho artístico. O projeto é guiado por parcerias
entre órgãos representativos do Estado brasileiro e as entidades culturais.
A Rede Cultural da Terra realiza oficinas de capacitação, cultura digital e atividades ligadas às artes plásticas, cênicas
e visuais, à literatura, à música e ao artesanato. Além disso, mapeia a memória cultural dos trabalhadores do campo.
A Rede Cultural dos Estudantes promove eventos e mostras culturais e artísticas e apoia a criação de Centros
Universitários de Cultura e Arte.
Culturas populares e indígenas são outro foco de atenção das políticas de diversidade, havendo editais públicos de
premiação de atividades realizadas ou em andamento, o que democratiza o acesso a recursos públicos.
O papel da cultura na humanização do tratamento psiquiátrico no Brasil é discutido em seminários da SID. Além disso,
iniciativas artísticas inovadoras nesse segmento são premiadas com recursos do Edital Loucos pela Diversidade. Tais
ações contribuem para a inclusão e socializam o direito à criação e à produção cultural.
A participação de toda a sociedade civil na discussão de qualquer política cultural se dá em reuniões da SID com grupos
de trabalho e em seminários, oficinas e fóruns, nos quais são apresentadas as demandas da população. Com base nesses
encontros é que podem ser planejadas e desenvolvidas ações que permitam o acesso dos cidadãos à cultura e a
promoção de suas manifestações, independentemente de cor, sexo, idade, etnia e orientação sexual.
Identidade e diversidade. Internet: <www.brasil.gov.br/sobre/cultura/> (com
adaptações).
Considerando as ideias e aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item a seguir.
19. No período “Essas redes abrangem associações e grupos culturais para divulgar e preservar suas manifestações
de cunho artístico.”, duas orações expressam finalidades das “Redes Culturais”.
Comentário:
Após breve reflexão, conclui-se que a preposição “para” indica a finalidade das redes: “divulgar” e “preservar as
manifestações de cunho artísticos das associações e grupos culturais”. Como é possível ser observado na frase, as duas
finalidades em questão são expressas em duas diferentes orações, uma vez que seus enunciados se organizam em
torno de dois verbos: “divulgar” e “preservar”.
Gabarito: item certo.

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Considerando as regras gramaticais de pontuação, julgue os itens que seguem em C ou E.
20. Os países ricos objetivam diminuir principalmente, a desigualdade interna.
Comentário:
O adverbio “principalmente”, intercalado entre o verbo e o complemento, deve ser isolado por vírgulas.
Reescrevendo: “Os países ricos objetivam diminuir, principalmente, a desigualdade interna.”
Gabarito: item errado.

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21. Sem sombra de dúvidas as sociedades menos desiguais, funcionam melhor.
Comentário:
Expressão de valor adverbial “Sem sombra de dúvidas” está anteposta à oração principal, motivo pelo qual deveria
haver uma vírgula após “dúvidas”. Além disso, há vírgula separando o sujeito (“as sociedades menos desiguais”) do
predicado (“funcionam melhor”). Reescrevendo: “Sem sombra de dúvidas, as sociedades menos desiguais funcionam
melhor.”
Gabarito: item errado.
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22. Contudo está, claro que a redução das desigualdades pode trazer benefícios.
Comentário:
Há o emprego de vírgula inadequada, separando o verbo de ligação (“está”) do predicativo do sujeito (“claro”). A
vírgula após “contudo” é opcional, visto que se trata de adjunto adverbial deslocado de pequena extensão (até três
palavras).
Gabarito: item errado.
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23. Em uma sociedade livre pessoas mais esforçadas, poderão acumular mais bens.
Comentário:
Há o emprego de vírgula inadequada, separando o sujeito (“pessoas mais esforçadas”) do predicado (“poderão
acumular mais bens”).
Gabarito: Item errado.
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24. Caso a liberdade seja a prioridade, a tendência é uma maior geração de riquezas.
Comentário:
Corretíssimo. A vírgula justifica-se por separar corretamente a oração subordinada condicional anteposta (“Caso a
liberdade seja a prioridade”) da oração principal posposta (“a tendência é uma maior geração de riquezas”).
Gabarito: item certo.
Considere as seguintes sentenças abaixo e julgue o item subsequente em C ou E.
- “A partir desta semana, os políticos que usam o dinheiro público, de forma irresponsável e demagógica podem, ser
recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado”.
- “Numa votação ocorrida, na última quarta-feira no Senado, foram definidas as punições aos administradores
públicos, que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal.”
- “O texto condena práticas até outro dia consideradas aceitáveis na condução das coisas do Estado tais como; gastar
mais do que arrecada, aumentar despesas sem compensá-las com cortes; iniciar obras sem ter dinheiro para concluílas,
gastar em excesso com funcionalismo; não divulgar metas fiscais.”
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25. Das três sentenças apresentadas, nenhuma delas obedece às regras gramaticais de pontuação.
Comentário:
Vamos por partes.
Na primeira sentença, há dois erros nos empregos das vírgulas. O primeiro ocorre pela separação do verbo “podem”
de seu complemento “ser recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado”. O outro erro é a vírgula antes de
“de forma irresponsável e demagógica”. Trata-se de expressão com caráter restritivo (são somente os políticos que
usam o dinheiro público de forma irresponsável e demagógica que podem ser recolhidos à cadeia). Por isso, essa
vírgula não existe.
Reescrevendo: “A partir desta semana, os políticos que usam o dinheiro público de forma irresponsável e demagógica
podem ser recolhidos àquele recinto onde o sol nasce quadrado.” Item errado.
Na segunda sentença, há duas vírgulas inadequadas. A primeira é a aplicada depois de “ocorrida”, separando o
adjunto adverbial no interior de oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio. A outra é a que separa
a oração “que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal”, cujo sentido é restritivo e não explicativo, caso em
que se justificaria a vírgula.
Reescrevendo: “Numa votação ocorrida na última quarta-feira no Senado, foram definidas as punições aos
administradores públicos que transgredirem a Lei da Responsabilidade Fiscal.” Item errado.
Por fim, na terceira sentença, após o termo “tais como”, o correto é o uso dos dois pontos, haja vista o início de uma
enumeração. Além disso, há a mistura de vírgula e ponto e na enumeração, o que não é recomendável. Por fim,
deveria haver uma vírgula antes da expressão “tais como”.
Efetuando as correções, a frase fica: “O texto condena práticas até outro dia consideradas aceitáveis na condução das
coisas do Estado, tais como: gastar mais do que arrecada, aumentar despesas sem compensá-las com cortes, iniciar
obras sem ter dinheiro para concluí-las, gastar em excesso com funcionalismo, não divulgar metas fiscais.” Item
errado.
Gabarito: item errado.
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Considere as seguintes sentenças abaixo e julgue o item subsequente em C ou E.
- “De tão banais, essas condutas acabaram sendo encaradas com certa benevolência, como se fossem parte do jogo
do poder. Com a votação do Senado, tais expedientes passam a ser punidos rigorosamente.”
- “Estudiosos da gestão pública, dizem que a lei carrega consigo aspectos inovadores − , pois Brasília dá um sinal forte
de que decidiu legislar contra os próprios políticos.”
26. Das duas sentenças apresentadas, apenas uma delas obedece às regras gramaticais de pontuação.
Comentário:
Vamos por partes.
A primeira sentença está correta. As vírgulas separam corretamente as expressões deslocadas: “De tão banais” e
“Com a votação do Senado”. Também correta é a vírgula que separa a oração com sentido comparativo “como se
fossem parte do jogo do poder”.
Gabarito: Item certo.
e) O primeiro erro é a vírgula que separa o sujeito (“Estudiosos da gestão pública”) do predicado (“dizem que a lei
carrega consigo aspectos inovadores”). Outro erro é o uso cumulativo do travessão e da vírgula. O correto seria,
apenas, o uso da vírgula antecedendo a oração com sentido causa. Item errado.
Reescrevendo: “Estudiosos da gestão pública dizem que a lei carrega consigo aspectos inovadores, pois Brasília dá
um sinal forte de que decidiu legislar contra os próprios políticos.”
Gabarito: item certo.
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Considere o texto abaixo para responder à pergunta que se segue.
Considerado um dos mais promissores mercados do mundo para a previdência privada,(A) com pelo menos 12 milhões
de clientes em potencial ainda não atendidos,(B) o Brasil tem atraído as grandes seguradoras multinacionais,(C) que
iniciaram operação própria no país ou se associaram a empresas maiores que já atuam no mercado. O ritmo anual de
crescimento desde 1908,(D) é de 40%. Até então,(E) os planos ofereciam um rendimento pré-definido para o futuro.
(Adaptado de Veja - seu Investimento

27. As vírgulas foram corretamente indicadas em todas as ocorrências destacadas acima.
Comentário:
A: a vírgula está correta. A expressão “Considerado um dos mais promissores mercados do mundo para a
previdência privada” é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio. Vejam a
frase escrita de outra forma: “O Brasil, que é considerado um dos mais promissores mercados do mundo para a
previdência privada, tem atraído...”

B: a vírgula também está correta. A expressão “com pelo menos 12 milhões de clientes em potencial ainda não
atendidos” tem sentido explicativo, razão que justifica estar intercalada por vírgulas.

C: Da mesma forma, a expressão “que iniciaram operação própria no país ou se associaram a empresas maiores que
já atuam no mercado”, tem função explicativa. Trata-se de oração subordinada adjetiva explicativa, a qual é separada
por vírgula da oração principal.

D: Essa você não erra mais. O adjunto adverbial intercalado deve estar separado por vírgulas. Assim, o correto é: “O
ritmo anual de crescimento, desde 1908, é de 40%”. Vírgula incorreta.

E: O adjunto adverbial deslocado “Até então” receberá vírgula, separando-a do restante da oração. Correta a proposta
apresentada pela questão.

Assim, há vírgulas indicadas incorretamente em uma das ocorrências. Por isso, item errado.
Gabarito: item errado.

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Considerando as regras gramaticais de pontuação, julgue os itens que seguem em C ou E.
28. As pessoas, que dão valor, apenas, ao lado material da vida, não sabem, o que de valor há na vida.
Comentário:
Já foi visto que não há vírgula entre o verbo e o complemento. Assim, é equivocada a inserção da vírgula após o verbo
“sabem”.
Gabarito item errado.
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29. Propõem-se situações semelhantes às do cotidiano nas quais o estudante terá a experiência, próxima da
realidade, com que irá deparar-se.
Comentário:
Não deve ser empregada vírgula separando o adjunto adnominal do nome a que se refere. Assim, é equivocada a
ocorrência em “experiência, próxima”. Outrossim, a expressão “com que irá deparar-se” tem sentido restritivo, razão
pela qual não deve ser introduzida por vírgula.
Gabarito: item errado.

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30. A riqueza de um povo se revela por sua cultura pois, por meio dela podem-se perceber os valores que
fundamentam as práticas de uma comunidade.
Comentário:
Faltou uma vírgula antes da conjunção explicativa “pois”. Além disso, a vírgula após esse termo somente seria
apropriada se houvesse vírgula após a expressão adverbial deslocada “por meio dela”.
Gabarito: item errado.

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31. Os artefatos produzidos, têm seu valor econômico, mas é preciso também, levar em consideração seu valor
simbólico.
Comentário:
A oração já começa mal, com o seu sujeito separado do verbo por vírgula. Além disso, o advérbio “também” ou
deveria estar separado por vírgula ou não deveria ter nenhuma vírgula, visto ser de pequena extensão.
Gabarito: item errado.

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32. De fato, enfrentaremos uma situação constrangedora, que será difícil de ser contornada; contamos, pois, com
a colaboração de todos para superarmos este desafio.
Comentário:
Inicialmente, observe-se que o adjunto adverbial deslocado de curta extensão “De fato” pode ser separado do
restante da oração por vírgula. A próxima vírgula separa, corretamente, uma oração subordinada adjetiva explicativa.
O ponto e vírgula indica uma pausa maior e separa orações coordenadas. Por fim, tratando-se de “pois” com sentido
conclusivo deverá ser separado por vírgulas.
Gabarito: item certo.

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Considere o texto abaixo para responder à pergunta que se segue.
Nos últimos dez anos, o Brasil passou por grandes transformações e crescimento econômico contínuo, que o induziu
a figurar entre os países em desenvolvimento acelerado. Com a expansão, formou-se uma nova classe média,
composta por trabalhadores vindos das classes D e E. Atualmente, o país possui 105 milhões de pessoas com renda
mensal entre R$ 1.700 e R$ 7.400, e a tendência é que esses números cresçam nos próximos anos. Em uma entrevista
à revista PLANETA, o economista Marcelo Neri analisa o impacto da nova classe média no consumo, no ambiente e
na sociedade e mostra os desafios à frente dos brasileiros.
[...]
PLANETA – O fenômeno é passageiro?
NERI – Não, a nova classe média veio para ficar. O crescimento é contínuo, apesar das crises financeiras. Planos
assistenciais e o aumento do crédito ao consumidor contribuíram. Mas o principal é que o número de trabalhadores,
que saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada dobrou desde 2004.
(Adaptado de Milton Correia Júnior, Cigarras e
formigas. PLANETA)
33. Das ocorrências destacadas no texto acima, em apenas uma houve erro quanto ao emprego da vírgula.
Comentário:
Inseri essa questão para que você perceba que, muitas vezes, não se fala em mudança de sentido, somente em regra
de pontuação. Assim, você deve se “desapegar” quanto a eventuais alterações de sentido. Agora, analisemos a
pertinência da vírgula em cada uma das ocorrências destacadas.
- A inserção de uma vírgula depois de “contínuo” torna a oração subordinada adjetiva em explicativa. Isso em nada
ofende as regras de pontuação; afeta somente o sentido da frase. Item errado.
- A inserção da vírgula separa corretamente o adjunto adverbial deslocado “Com a expansão”, do restante da oração.
Logo, essa mudança alinha-se às regras de pontuação. Item errado.
- A inserção da vírgula separa corretamente o adjunto adverbial deslocado “Atualmente”, do restante da oração.
Logo, essa mudança alinha-se às regras de pontuação. Frise-se que, por ser um adjunto adverbial de pequena
extensão, essa vírgula é facultativa. Item errado.
- A inserção da vírgula ficou estranha, certo? São duas as possibilidades: mantem-se a frase do jeito que está ou
inserem-se duas vírgulas, tornando a oração explicativa: “Mas o principal é que o número de trabalhadores, que
saíram da informalidade e passaram a ter carteira assinada, dobrou desde 2004”. Enfim, item errado.
- A vírgula após “R$ 7.400” é possível, separando orações coordenadas aditivas com sujeitos diferentes. Item certo.
Gabarito: certo.

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Considere o fragmento abaixo para responder à questão.
Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem um paraíso perdido, e as
roupas de um estilista definem a identidade.
34. A virgula destacada foi empregada para separar entre si elementos coordenados dispostos em enumeração.
Comentário:
A vírgula, no trecho em destaque, justifica-se pela omissão (elipse) do termo “significa”. Acompanhe: “Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro (significa) auto-afirmação”.
Gabarito: item errado.